A definição do quadro de candidatos a prefeito alterou, no Legislativo, o número de apoiadores de Luizianne Lins
Nas eleições municipais deste ano, oito dos onze partidos políticos que aderiram à reeleição de Luizianne Lins (PT) em 2008 marcharão com candidatos que se opõem ao nome apoiado pela prefeita na Capital. Apesar de seguirem caminhos distintos para o pleito, os líderes dessas agremiações na Câmara Municipal declaram que não haverá qualquer orientação no sentido de alterar a relação de apoio à Prefeitura na Casa.
Aliados durante os três anos da gestão, PSB, PMDB, PCdoB, PHS, PMN, PSL, PRB e PSDC deixaram a base aliada nos últimos meses. No caso do PCdoB, a divisão ocorreu por conta da opção do partido pela candidatura do senador Inácio Arruda (PcdoB) à Prefeitura. Os demais partidos fragmentaram a base para apoiar o nome de Roberto Cláudio (PSB) para a administração municipal.
Líder do PSB na Câmara, Elpídio Nogueira avalia que a legenda possui expectativas positivas para as eleições deste ano, mas afirma que a orientação dos vereadores do partido é pela manutenção de uma relação harmônica com a Prefeitura.
Orientado
"A gente continua com a mesma posição. Como líder do partido, sou orientado para dizer que não haverá oposição ou qualquer polêmica. Temos propostas, e estamos aqui para discutir elas", avalia o líder do partido de Roberto Cláudio na Casa.
Líder do PCdoB no Legislativo, a vereadora Eliana Gomes afirma que, apesar de apoiar o nome do correligionário Inácio Arruda para a sucessão deste ano, trabalha para que o debate seja centrado apenas em propostas para a cidade. Segundo ela, não há intenção de criticar diretamente a administração ou o candidato petista.
"Acho que a população não quer que esse debate tenha uma conotação política. A gestão tem pontos positivos e negativos, então vamos continuar fazendo debates centrados em propostas, e espero que os colegas de outros partidos possam respeitar", diz.
A maioria dos outros líderes externa expectativas semelhantes, no sentido de evitar maiores polêmicas com a Prefeitura. "O PMDB não tem nenhum intuito de criar um problema para a gestão Luizianne Lins. O que queremos é um debate aberto, em que a pessoa possa falar o que sente, desde que não faça propaganda", declara o líder do PMDB.
O líder do Governo na Câmara, Ronivaldo Maia (PT), declara que espera um segundo semestre de debate "limpo" na Casa, mas declara que não acredita em uma campanha sem ataques por parte dos vereadores de outras legendas.
"Mesmo que estivessem todos os partidos em torno do mesmo candidato, ainda assim haveria confronto, porque esse plenário é plural como a sociedade de Fortaleza. Agora, então, o próprio número de candidatos já diz tudo", declara o parlamentar, que afirma que "nenhum ataque ficará sem resposta".
Apesar de observar essa tendência, Ronivaldo Maia afirma que espera que os vereadores não ajam de maneira a não interferir na pauta de votações do Legislativo. "Eu espero que a Câmara não priorize a campanha, e não quero que o debate político atravesse os interesses da cidade", declara.