No mesmo dia em que iniciou o julgamento da caso mensalão, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado Dedé Teixeira (PT) fez questão de subir à tribuna da Assembleia para desmentir a existência de um esquema de pagamento de "mesada" a mais de 100 deputados da base aliada do ex-presidente Lula, para que votassem a favor do governo no Congresso, conforme denuncia do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ).
De acordo com o petista, as denúncias nunca foram comprovadas. Com um panfleto que mostrava as "verdades e mentiras" do mensalão, Dedé Teixeira alega que o caso não passou de uma ajuda que o PT deu aos partidos aliados para que pudessem quitar suas dívidas de campanha nos estados, relativas às eleições de 2002 e 2004.
O parlamentar aponta que, em alguns casos, conforme assumido publicamente através de entrevistas, tal ajuda não foi declarada à Justiça Eleitoral. "Nunca houve pagamentos mensais, o que se pagou foram dívidas de campanha", reafirmou.
De acordo com Dedé Teixeira, outra mentira propagada é que houve desvio de dinheiro público no caso mensalão. "As transferências aos aliados para que eles quitassem suas dívidas de campanha, que a mídia chama de mensalão, não foram de verba pública, foram de empréstimos feitos junto aos bancos privados Rural e BMG", alegou.
Mais uma inverdade dita sobre esse caso, pontuou Dedé Teixeira, é que para bancar o esquema do mensalão o banco BMG recebeu benefícios do governo. "Todas as instituições de fiscalização e controle, entre elas o Tribunal de Contas da União, atestam que não houve qualquer favorecimento ao BMG", garantiu o parlamentar.
Contraventor
O procurador-geral Roberto Gurgel disse em documento enviado aos ministros do STF, que o mensalão foi "o mais atrevido e escandaloso esquema de corrupção e de desvio de dinheiro público flagrado no Brasil". Dedé Teixeira assevera não ter havido mensalão ou qualquer tipo de esquema contraventor.
"Se houvesse, estaria longe de ser o maior da história", opinou, apontando as privatizações durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que resultou no livro "A Privataria Tucana", que fala em desvio de "bilhões de dólares", segundo o petista. Na sessão anterior, o deputado Fernando Hugo (PSDB) chegou a afirmar que o caso do mensalão "é muito maior do que se pode mensurar".