Uma disputa paralela à que é feita nas ruas acontece, intensamente, na Internet, desde que a campanha eleitoral começou. Trata-se de uma corrida por “curtidas”, “tuitadas” e “compartilhamentos” nas redes sociais, na qual os candidatos medem força e concorrem por visibilidade.
Como nunca antes, sites de relacionamento ganham peso estratégico, sobretudo o Twitter e o Facebook. Muito dinheiro tem sido investido e as equipes estão mais profissionais. Afinal, em tese, quanto mais pessoas acessam os conteúdos dessas mídias, maior a chance de voto.
Embora com estruturas de campanha mais enxutas que alguns concorrentes, os candidatos a prefeito de Fortaleza Heitor Férrer (PDT) e Renato Roseno (Psol) lideram a audiência no Twitter, com 7 mil e 5,4 mil seguidores, respectivamente. Os números são bem superiores ao s dos concorrentes do PSB, Roberto Cláudio (1,3 mil seguidores), e do PT (638), que contam com um corpo bem maior de campanha.
No Facebook, com 2,5 mil “curtidas”, Roseno só perde para Moroni Torgan (DEM), que tem 4,2 mil. A situação é resultado de uma estratégia. Os candidatos com maior audiência aproveitaram seus perfis já existentes nesse sites, que já contavam com muitos adeptos. Os demais concorrentes criaram páginas específicas para campanha e, assim, tiveram de começar do zero a busca por seguidores.
A decisão por criar uma conta exclusiva para a candidatura a prefeito também foi tomada por Inácio Arruda (PCdoB), o segundo na pesquisa de intenção de voto divulgada pelo O POVO/Datafolha, no último domingo. Embora já conhecido do eleitor, Inácio tinha, até ontem, apenas 402 seguidores no Twitter e 652 “curtidas” no Facebook – situação que é minimizada por sua equipe. “Mais que o número de seguidores, é importante poder dar respostas rápidas, colocar os usuários dentro da campanha”, explicou um assessor.
A situação de Inácio é melhor, porém, que a do próprio Heitor Férrer (PDT), que embora tenha grande audiência no Twitter, entrou na terceira semana da campanha com presença ainda tímida na Internet.
Apesar de já ter se inserido em algumas redes sociais, Moroni Torgan (DEM) segue quase na mesma linha, mas, tanto ele quanto Heitor prometem lançar novos produtos virtuais nos próximos dias. Em outra frente, candidaturas de menores, como a de André Ramos (PPL) já conseguem aparecer com certa diversidade de mídias, embora com audiência modesta.
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
A importância das mídias sociais é crescente e teve como marco a campanha que elegeu Barack Obama, nos Estados Unidos. Embora não atinja a grande massa de eleitores, atinge formadores de opinião e mostra a força da candidatura.
Saiba mais
Como as campanhas se estruturam para a disputa no mundo virtual
O Youtube, site de compartilhamento de vídeos, tem sido fortemente usado. Candidatos como Moroni, Roberto Cláudio, Elmano e Renato Roseno possuem canais específicos nessa mídia.
Na campanha de Roberto Cláudio, há oito “analistas” para mídias sociais, jornalistas que produzem conteúdo específico para cada ferramenta e no monitoramento do que é feito pela concorrência.
Na campanha de Elmano de Freitas, não há uma só vez em que o candidato saia sem cinegrafista para registrar imagens que, depois, são transformadas em vídeos que alimentam as redes sociais. Tudo impecavelmente editado.
A interação é prioridade das campanhas na Web. A equipe de Inácio Arruda diz primar pela agilidade nas respostas às demandas apresentadas pelos eleitores.
No site de Roseno, os usuários podem colaborar com a inclusão de propostas para qualquer região da cidade, através da plataforma Fortaleza Insurgente.
Algumas campanhas também têm investido em formas diferentes de pensar a cidade, algumas poéticas e com estética diferenciada. Para isso, usa-se principalmente o Instagram (aplicativo para celulares que permite ao usuário tirar fotos estilizadas) e no Tumblr (outra ferramenta de compartilhamento de links, textos, vídeos e áudio), tudo em contato com equipes de marketing e de imprensa.