Segundo parlamentares petistas, a palavra final para escolher o nome do candidato em Fortaleza será dos delegados
O presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, vereador Acrísio Sena (PT), garante que os delegados do PT na Capital terão a "palavra final" na decisão sobre quem será o candidato petista para a disputa eleitoral na Capital, neste ano. De acordo com Acrísio, o indicado será conhecido no próximo dia 3 de junho, pelos 300 delegados do partido em Fortaleza, independentemente da intervenção da Executiva Nacional da legenda ou da manutenção da aliança com o governador Cid Gomes (PSB).
"Não existe nenhum cenário de mudança ou intervenção que não respeite o que for decidido pelos delegados de Fortaleza, nisso estamos completamente seguros. O PT não concorda em transferir a responsabilidade de seus filiados locais para nenhum representante, qualquer que seja", avalia Acrísio Sena, revelando um posicionamento que é corroborado pelos demais vereadores da sigla na Casa.
Outras lideranças do PT também comentaram o encontro entre o ex-presidente Lula e o governador Cid Gomes, realizado na última terça-feira. Avaliando a reunião como positiva para fortalecer a construção da aliança na Capital, Acrísio acredita que Lula deverá respeitar a decisão interna do partido em Fortaleza.
"O PT sempre primou pela mais ampla democracia no seu interior, e o Lula entende bem isso. Como um dos fundadores do PT, ele sabe que é na voz das instâncias onde se decidem os processos, onde estão aqueles que sabem quem é o melhor nome para o partido ", analisa.
Intervenção
Acrísio Sena argumenta diz ter conversado diversas vezes com o presidente nacional do partido, Rui Falcão, que teria garantido a não intervenção nacional na escolha do candidato em Fortaleza. "Nas conversas, ficou certo que a decisão é de Fortaleza, ficando a encargo do resultado do encontro municipal", atesta.
Para o líder do Governo na Câmara, Ronivaldo Maia (PT), não há possibilidade de ocorrer conflito entre as executivas municipal e nacional do PT em função da definição do candidato.
Quanto à manutenção da aliança com o PSB, Acrísio avalia que é um ponto importante na construção política do candidato, mas que não deve ser fator determinante na escolha. "Precisamos tirar a decisão dos delegados no dia 3 junho, e a partir daí cabe aos partidos decidirem se querem ou não marchar com o nosso nome", declara o petista.
Na Assembleia, repetindo o discurso de sua correligionária Luizianne Lins, o deputado Antônio Carlos, líder do Governo, diz não saber porque Cid ainda não atendeu ao chamado da prefeita para que conversem sobre a eleição em Fortaleza.
"A presidenta do PT está esperando um contato do governador. O governador disse que apoia uma candidatura do PT e não vetou nenhum nome. É muito importante que aconteça essa reunião. Não sei o que está faltando", declarou o parlamentar.