Apesar do acordo firmado no âmbito nacional, a executiva municipal garante Cals como seu candidato Apesar do acordo firmado para que os democratas apoiem o candidato tucano, José Serra, à prefeitura de São Paulo, o PSDB não deverá abrir mão de ter candidatura própria em Fortaleza. É o que garante o presidente do diretório municipal da sigla, Pedro Fiúza. Segundo ele, não existe qualquer orientação da Executiva Nacional para que a agremiação apoie um possível candidato do Democratas (DEM) na Capital cearense. Marcos Cals, presidente estadual do PSDB, está estruturando sua candidatura à Prefeitura de Fortaleza, com o aval de outras lideranças do partido. Recentemente, ele ocupou grande parte dos espaços da propaganda partidária no rádio e televisão, como estratégia de se manter em contato com o eleitorado. Cals foi o candidato a governador dos tucanos no pleito de 2010. Na última quinta-feira (19), em cerimônia em São Paulo, o presidente do DEM, José Agripino Maia, anunciou apoio à candidatura de José Serra à sucessão municipal na Capital paulista, reclamando dos tucanos a reciprocidade de apoio para garantir alianças que fortaleçam candidaturas do seu partido em algumas capitais, como Salvador, Macapá, Recife, Aracaju e Fortaleza. O DEM se comprometeu também a apoiar o PSDB em Curitiba, Belém, Teresina e Natal. De acordo com o presidente do DEM, naqueles municípios em que o partido estiver "mais forte", seria importante receber o apoio tucano, o que inclui a Capital cearense já que, recentemente, uma pesquisa realizada pelo PSB do Ceará, revelou o ex-deputado federal, Moroni Torgan, do DEM, em segundo lugar, com 23% das intenções de votos, logo atrás do senador Inácio Arruda (PCdoB), com 26%. O pré-candidato tucano à sucessão municipal, Marcos Cals, de acordo com o levantamento feito pelo Ibope, se encontra em quarto lugar, com 15%, logo atrás do pré-candidato do PDT, deputado Heitor Férrer. Densidade Para Agripino Maia, o apoio à candidatura de Serra só se deu por conta da força que os tucanos têm em São Paulo. No entanto, naquelas localidades que o DEM tiver maior densidade eleitoral, a legenda espera o apoio do PSDB, para que, segundo ele, a oposição "vença no Brasil". Conforme Pedro Fiúza, essa conjuntura "não tem a menor possibilidade" de se concretizar em Fortaleza, pois há mais de um ano o PSDB na Capital vem divulgando candidatura própria, e o diretório Municipal não está de acordo com a iniciativa. "Isso não existe. Sem dúvida o Moroni é um nome muito forte, porque já foi candidato a prefeito algumas vezes, mas a gente não pode imaginar que em uma primeira pesquisa, antes da campanha, seja resolutiva para um candidato", declarou Fiúza. Segundo ele, o diretório Municipal "não abrirá mão" de uma candidatura própria, encabeçada pelo presidente regional do PSDB, o ex-deputado Marcos Cals. Ele afirmou ainda que não recebeu nenhuma orientação formal da Executiva Nacional do partido, e que apenas vem acompanhando esse tema através da imprensa, mas que não houve qualquer comunicação ou consulta sobre isso. "Não vejo no diretório, o desejo de se retirar esta candidatura", salientou. Segundo Pedro Fiúza, a intenção do partido é fazer uma chapa forte, que agregue pessoas para dar força em uma possível coligação e, para isso, conversas vêm sendo feitas com PPS e Democratas, mas com o pensamento de uma possível coligação encabeçada pelo PSDB. Preparado O dirigente disse ainda que alguns encontros entre os presidentes do PSDB e PR também estão acontecendo, e que até o final do mês de junho, o partido irá apresentar seu candidato. Segundo ele, Marcos Cals é o pré-candidato mais preparado dentro do partido para a disputa. O vice-presidente Municipal da legenda, deputado Fernando Hugo, disse que não seria justo com os filiados da sigla, o não lançamento de candidatura própria em Fortaleza, e que as declarações do presidente nacional do DEM não devem valer para os encaminhamentos que serão dados na sucessão da Capital. "O PSDB de Fortaleza já anunciou, reiteradamente, que terá candidatura própria. Não podemos aceitar que o partido, que já foi o maior da história desse Estado, não ter candidatura. Seria um ato anti-tucano", reclamou. Em algumas eleições no Estado do Ceará, Moroni Torgan recebeu apoio dos tucanos. Na última eleição municipal de que participou, no entanto, não obteve apoio do PSDB. Depois disso, ele deixou o Brasil e foi morar em Portugal, onde ainda reside. Alguns de seus correligionários dizem que ele estará de volta ao Ceará e está disposto a disputar um cargo eletivo.