Em uma manobra regimental, a bancada de oposição ao governo Camilo Santana (PT), na Assembleia Legislativa, conseguiu adiar para a próxima semana, a aprovação das mensagens do Governo do Estado que dizem respeito ao aumento na cobrança do ICMS na gasolina, telefonia, cigarro, bebidas alcoólicas, fogos de artifícios, munições e alguns produtos de luxo, assim como aumento no IPVA para carros e motos. Ao chegar na Comissão de Constituição e Justiça, o deputado Audic Mota (PMDB) pediu vistas das proposições. As matérias estavam previstas para serem votadas, ontem, tendo em vista que na última terça-feira (17) foi aprovada a tramitação do regime de urgência das mensagens.
Audic Mota (PMDB
“Nós temos, enquanto integrantes da Comissão de Constituição de Justiça, o dever e o direito nesses casos, de tentar segurar um pouco essa discussão, para que o plenário desta Casa possa se manifestar, para que a população tome conhecimento do que o Governo está fazendo”, disse Audic Mota, em entrevista à imprensa.
Conforme o parlamentar, os seguidos pedidos de urgência por parte da base aliada representam uma “manobra regimental” do Governo, para que as mensagens sejam aprovadas de maneira apressada e sem debate. “A Assembleia não pode acatar um pedido de aumento de carga tributária em um momento como esse, em que a classe média está endividada, onde os desempregos estão batendo recordes”, afirmou.
Sem prejuízosDe acordo com o líder do Governo, deputado Evandro Leitão (PDT), o pedido de vistas de Audic não traz nenhum prejuízo. “Está tudo sobre a normalidade”, assegurou, dando conta de que faz parte do jogo político “essas manobras, no sentido de protelar a discussão, para haver um desgaste maior do Governo”.