O deputado Tin Gomes (PHS) anunciou, ontem, na tribuna da Assembleia Legislativa, que vai concorrer à Prefeitura de Fortaleza, mesmo sem o apoio de seu partido. Segundo o parlamentar, caso “forças ocultas” dentro do partido queiram tirá-lo a possibilidade de disputar o pleito, mudará de legenda. “Tomei esta decisão, porque eu tenho mais de 22 anos de vida pública, tenho experiência que poucas pessoas têm, conheço Fortaleza mais que muitos falam que conhecem, sei o muro que separa a Aldeota da verdadeira Fortaleza”, disse o parlamentar. Apesar de não citar nomes, o parlamentar não esconde a existência de uma divergência interna na legenda, após anunciar sua pré-candidatura. “Bastou eu pensar em me lançar candidato, para o meu próprio partido, já estar querendo, me tirar de linha. Tudo bem, política é feita assim”, criticou. Segundo Tin, nos últimos dias já tem negociado com outros partidos a possibilidade de mudança, para concorrer às eleições. “Eu acho que alguns partidos poderão me querer, caso isso aconteça. Eu estarei pronto para servir Fortaleza, nem que seja nos debates, na minha experiência, na minha vontade”, pontuou o parlamentar. Adversários Com o anúncio de que será pré-candidato, Tin Gomes soma aos nove possíveis candidatos que deverão concorrer às eleições de Fortaleza, dentre os quais: os deputados Heitor Férrer, que disputará pelo PSB; Capitão Wagner (PR); Renato Roseno (Psol); Vitor Valim (PMDB); o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT) como candidato à reeleição; deputado Federal, Moroni Torgan (DEM); a ex-prefeita da Capital, Luizianne Lins (PT) e Mayra Isabel, presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará. Não há racha com grupo político de Cid, afirma deputado O parlamentar negou racha com o grupo político ligado aos Ferreira Gomes, por decidir disputar as eleições, e esclareceu os “rumores” sobre uma possível mudança nas deliberações do diretório de seu partido, no âmbito estadual, causados pela ida do deputado Federal Adail Carneiro (PHS) para o secretariado do prefeito Roberto Cláudio. “Não houve nenhum ‘desentendimento’ de minha parte com o prefeito Roberto Cláudio ou com ex-governador Cid Gomes, e cheguei a orientar o deputado Adail Carneiro a aceitar o cargo de secretário, ponderando que esta decisão não envolveria o partido, mas sim de cunho pessoal”, disse. Apoio O pronunciamento de Tin gerou vários apartes de apoio dos parlamentares. A deputada doutora Silvana (PMDB) ressaltou a colaboração dada por Tin Gomes para a construção e o crescimento do PHS, e disse ser “lamentável” a recusa do partido em apoiar a candidatura do parlamentar. Já o deputado Elmano Freitas (PT), afirmou a “competência” de Tin Gomes quando assumiu o cargo de vice-prefeito de Fortaleza. “Sei o quanto o senhor conhece nossa cidade, e tem mais legitimidade do que muita gente para disputar estas eleições”, opinou. O deputado Ferreira Aragão, PDT, lamentou que Tin Gomes não seja de seu partido, dando conta de que se fosse, votaria nele. Já o deputado Carlos Felipe apontou que a presença de Tin, nas eleições de 2016, torna a disputa mais “séria”.