O deputado Heitor Férrer (PDT) tem pouco mais de um mês até o prazo limite para decidir se permanece na legenda à qual é filiado há 28 anos, ou migra para outro partido com suporte para concorrer à Prefeitura de Fortaleza, em 2016, um ano antes de disputa de outubro, conforme prevê a legislação eleitoral. Consternado diante da decisão que deverá tomar, após o ingresso dos Ferreira Gomes no PDT, o deputado ainda faz mistério sobre seu futuro político. No momento, Férrer ainda tenta absorver a mágoa de ter sido colocado em segundo plano pelo partido, que pretende lançar, em 2018, Ciro Gomes à Presidência da República e, antes, vai dar palanque para a reeleição do prefeito Roberto Cláudio, em Fortaleza. A ida do grupo político ligado a família Gomes, sacrificará a candidatura de Heitor à Prefeitura de Fortaleza, haja vista que o atual prefeito, Roberto Cláudio, terá a preferência em acordo previamente celebrado nos bastidores entre Cid Gomes e o presidente nacional da legenda, Carlos Lupi. Constrangimento No início da tarde de ontem, Heitor teve, pessoalmente, a primeira conversa com o presidente estadual do partido, André Figueiredo, onde deixou claro o seu constrangimento. “Fui a ele com o seguinte propósito e disse: Como sou um ser humano normal, não anormal, eu vim demonstrar a você que esse episódio me entristeceu muito, me constrangeu e me constrange muito”, relatou o pedetista ao jornal O Estado, salientando que, agora, se confirma que o PDT não o dará a legenda para que Heitor seja candidato na Capital. “Antes, não queria causar expectativa, haja vista que não havia definição se eles vinham ou não. Agora, como está definido que eles estão se filiando, estou com outro pensamento: se vou ficar ou se vou sair e para onde vou”, disse. Projeto Nacional Na avaliação de Heitor, a decisão da sigla de, a partir de agora, trabalhar em prol de um projeto nacional, lhe tirando o direito de se candidatar à sucessão local, foi erroneamente antecipada. Heitor ponderou que o PDT deveria ter esperado passar as eleições de 2016, para o partido iniciar o pensamento sobre a eleição presidencial. “Acho que o PDT poderia esperar essas filiações, o local não é o nacional”, pontuou. Antes de se definir a ida ou não do grupo, Heitor havia adiantado ao jornal O Estado que os Ferreiras Gomes fazem isso, no sentido de “galgar mais fácil a estrada do poder” e salientou: “Há um constrangimento, porque quem teve 272 mil votos, disputando com a máquina mínima como disputei, enganados que fomos e traídos pela pesquisa eleitoral e chegarmos ao terceiro lugar, com a diferença de 29 mil votos, isso deve se respeitar e prezar.” Partidos aguardam definição de Heitor Férrer Os seis partidos que fizeram convites oficiais de filiação ao deputado Heitor Férrer (PDT) estão aguardando a resposta do parlamentar, que decide, agora, se continuará ou não na legenda, após a confirmação do grupo político ligado ao ex-governador do Ceará, Cid Gomes (Pros), de ingressar no PDT. Segundo o deputado Carlos Matos (PSDB), o partido está esperando a resposta do deputado Heitor Férrer para se filiar ao partido, reconhecendo que Férrer é um excelente quadro que todo partido agora quer para ser candidato à Prefeitura de Fortaleza. Matos assegura que se Férrer optar pelo ninho tucano, será, sem dúvida a alternativa que a legenda vai apresentar para entrar na disputa da chefia da capital cearense. “O que o PDT está fazendo com Heitor é muito sério, porque está praticamente expulsando ele do partido, tendo em vista que ele não tem condição de conviver com os irmãos Ferreira Gomes, principalmente Cid Gomes”, observa, pontuando que se Heitor resolver entrar no PSDB, estará na linha de frente dessa postulação. PPS O presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire, que também aguarda a resposta de Heitor, observa que Férrer tem convite de vários partidos para se filiar, porque é um nome forte para entrar na disputa da Prefeitura de Fortaleza. “O Heitor é um quadro que, realmente, todo partido deseja e com o PPS não poderia ser diferente”, valoriza. Alexandre Pereira, presidente estadual da legenda, por outro lado, lembra que o PPS, no momento, continua apoiando o prefeito Roberto Cláudio e que pensa em apoiar a reeleição dele se for o caso. “Se o Heitor vier, realmente, para o nosso partido vai haver uma nova discussão em relação a 2016”, assegura.