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Legislatura atual exige mais articulação política - QR Code Friendly
Segunda, 20 Julho 2015 04:26

Legislatura atual exige mais articulação política

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O secretário Nelson Martins reconhece as dificuldades em atender a demandas de deputados em meio à crise econômica que traz reflexos ao CE O secretário Nelson Martins reconhece as dificuldades em atender a demandas de deputados em meio à crise econômica que traz reflexos ao CE FOTO: ERIKA FONSECA
  Responsável pela função de articulador político do governo Camilo Santana desde o início de julho, Nelson Martins revelou, em entrevista ao Diário do Nordeste, que lidar com o atual perfil da Assembleia Legislativa tem sido muito mais difícil do que na época em ele exerceu a tarefa de líder do governo na Casa no primeiro mandato do ex-governador Cid Gomes. O titular da Secretaria de Relações Institucionais reconheceu que a concentração das atividades da nova pasta no Legislativo se deve em parte à característica dessa legislatura. Atender às demandas dos parlamentares em meio à crise econômica também tem imposto desafios ao trabalho de articulação política, admite Nelson Martins. "As nossas receitas não estão tendo o mesmo crescimento que tinha, por exemplo, do ano passado para trás", alertou. Quando questionado sobre o principal desafio dessa articulação política, o secretário não hesitou ao destacar que, acima de tudo, é preciso "ter muita paciência". Quando exerceu o papel de líder do governo Cid, o gestor não teve o apoio de uma Secretaria de Relações Institucionais para auxiliá-lo na relação com os deputados, como conta o líder do governo Camilo Santana na Assembleia, Evandro Leitão. Nelson Martins justifica que a composição da Assembleia Legislativa exige esse auxílio. "A situação hoje é um pouco diferente. A oposição hoje é mais forte. Existe um número representativo de deputados. São deputados que atuam em áreas diferentes. Requer um esforço muito maior do que na minha época como líder do governo", avaliou o gestor. O secretário esclareceu que, quando era líder do governo Cid Gomes, a oposição representada principalmente pelo PSDB era numericamente maior, mas não chegou a impor tantas dificuldades. "Naquela época, nós tínhamos oposição numericamente grande, porque só o PSDB tinha 14 deputados estaduais. Mas o governador Cid negociou na época com o PSDB, que tinha dois secretários importantes, o Marcos Cals e o Gony Arruda", disse. Interlocução O articulador político elogiou o papel da liderança de Evandro Leitão na Assembleia e o apoio da base. "No tempo que eu era líder não havia um secretário específico que trabalhava essa articulação, mas alguns secretários faziam o trabalho. Ivo Gomes, que era o chefe de gabinete do governador, a gente tinha essa interlocução", lembrou. Se em âmbito federal a articulação política exercida pelo vice-presidente Michel Temer esbarra na dificuldade de alguns setores do governo Dilma Rousseff negar atendimento às demandas dos deputados e senadores, Nelson assegura que o cenário não se repete no Ceará. Ele garante que todas as esferas do Governo do Estado têm compreendido orientação do governador. "Existe uma orientação do governador Camilo Santana de dialogar. Essa palavra tem sido muito repetida. Então eu não tenho tido dificuldades, porque a qualquer momento que eu preciso de um secretário para me repassar uma informação, seja para mim ou para o líder do governo, tem havido total abertura", reforçou. Obstáculos Nelson Martins reconheceu que o difícil cenário econômico tem trazido obstáculos ao atendimento de algumas demandas dos parlamentares. "Claro que temos que ter relação transparente, mas acima de tudo dizer a verdade. Aquilo que é possível fazer a gente faz. O que não é possível, evidentemente o Estado não pode", justifica. Indagado se os deputados reconhecem os efeitos desse cenário difícil, Nelson Martins assegura que sim. "A Assembleia, até por causa da postura do governo de negociar, de dialogar, tem compreendido. A matéria do Fecop foi aprovada do jeito que foi enviada", afirmou. Ele rechaça que as baixas no primeiro escalão do Governo tenham se dado por falhas na articulação política. "As baixas que aconteceram foram naturais", analisou. Nelson Martins negou que setores do PT, partido ao qual é filiado, endureçam críticas à condução da gestão. "Eu me filiei ao PT em janeiro de 1982. São 33 anos. Antigamente as divergências eram muito maiores. Hoje ainda existem, porque é natural da democracia. Mas diria com maior tranquilidade, nesses seis meses, que não tivemos nenhuma dificuldade interna no PT que viesse a dificultar qualquer ação do Governo", reforçou. Alan BarrosRepórter
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