O grupo do ex-governador Cid Gomes iniciou processo de discussão. Nos bastidores, a permanência no Pros é totalmente rechaçada. Falta, agora, definir qual a nova sigla o grupo teria espaço. Cid e o irmão, Ciro Gomes, além de outros caciques hoje no Pros, estão insatisfeitos com a condução da atual direção nacional do partido, inclusive em virtude do processo visando à disputa municipal do ano que vem.
O grupo engloba aproximadamente três deputados federais, dez estaduais, 70 prefeitos e vereadores. A intenção é que todos sigam para a mesma legenda. Especula-se que os cearenses sigam para o PDT. O primeiro passo já foi abalizado. Na semana passada, Cid e o prefeito Roberto Cláudio apresentaram suas demandas ao presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, e ao deputado cearense, André Figueiredo (PDT).
A decisão, porém, só deverá ser tomada após reuniões. “Tem sido uma prática do grupo sempre compartilhar as decisões com os filiados. Então, é uma primeira conversa para apresentar os fatos e, a partir de então, pensar conjuntamente o que deve ser feito”, afirmou recentemente RC, que garantiu que qualquer definição será tomada em conjunto. De acordo com a legislação eleitoral, pessoas que desejem disputar cargo eletivo nas próximas eleições só poderão trocar até o dia 3 de outubro.
A mudança do grupo dos Gomes para o PDT já chegou a ser cogitada em 2013, quando as lideranças deixaram o PSB, após divergências de Cid e Ciro com o então presidente do partido, Eduardo Campos. O ex-governador pernambucano, que faleceu ano passado, em acidente aéreo, rompeu a aliança com o PT, para lançar candidatura própria ao Planalto em 2014. Na época, contudo, a maioria do partido optou pela mudança para o Pros, por ser um partido novo, o que afastava a possibilidade de o PSB questionar mandatos na Justiça.
Hoje, apesar de alguns aliados negarem, tentando atribuir o assunto à “boataria”, o grupo estaria aguardando aprovação de uma emenda no Congresso Nacional que estabeleça uma “janela partidária”, para que trocas partidárias sejam feitas no período de 30 dias, sem sanções, caso o dialogo com a cúpula nacional do Pros não seja satisfatório. Cid, porém, já “caiu em campo” para que parlamentares com mandato não percam seus cargos com a migração.
“Portas abertas”
Enquanto isso, lideranças trabalhistas articulam para a migração do grupo de Cid. O líder do Governo na Assembleia Legislativa, Evandro Leitão (PDT), afirmou que a legenda se “fortalece” com a chegada de novas lideranças, mas ressaltou que, por enquanto, não está nada definido. Ele negou, ainda, que haja “desconforto” interno sobre o assunto, até mesmo com o deputado Heitor Férrer (PDT) – crítico ferrenho da administração cidista. Segundo ele, “as portas estão abertas” para o grupo.