O governador eleito Camilo Santana (PT) reuniu-se, ontem, no Palácio Abolição, com integrantes da comissão de saúde da Assembleia Legislativa. A saúde é uma das áreas mais complicadas e que vem acumulando problemas. O governador tem reclamado da falta de recursos para manutenção dos equipamentos e fazendo gestões, com os demais governadores, para o Ministério da Saúde rever a questão dos repasses federais. Ao portal de notícias G1, o governador disse que “a lei de responsabilidade fiscal diz que o estado tem obrigação de gastar 12% na saúde, nós estamos gastando 18%. E a União não tem obrigação de percentual. Ou a gente aumenta as verbas federais, cria uma nova fonte de financiamento, que eu defendi uma fonte exclusivamente para saúde, destinado diretamente a estados e municípios. Qual o hospital federal nos estados? Só nas universidades. O dinheiro tem que vir para nós”.
A sintonia com os deputados da comissão pode ajudá-lo a cessar as inúmeras críticas proferidas nos últimos dias e, no encontro com os parlamentares, apresentou as medidas adotas pelo Governo para tentar superar a crise da saúde do Estado do Ceará. Ao longo dos últimos dias, os deputados estaduais criticaram irregularidades identificadas em hospitais estaduais e municipais de Fortaleza, como superlotação e falta de profissionais e de equipamentos. Fato, inclusive, inflamado após a divulgação de imagens do socorro feito no chão dos corredores do Instituto Doutor José Frota (IJF) e a oficialização da exoneração do ex-secretário Carlile Lavor.
Mais cedo, os deputados se reuniram com o diretor geral do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Romero Esmeraldo. O encontro faz parte de uma série de medidas adotadas pelo colegiado para identificar os gargalos existentes no setor de atendimento médico e cirurgias eletivas, e depois apresentar sugestões tanto ao governo estadual quanto a Prefeitura de Fortaleza.
Sem verba
Romero, na ocasião, afirmou haver equipamentos de saúde, mas não há verba de custeio que assegure a realização de cirurgias. Ele esclareceu ainda que, na gestão anterior, o Hospital contratou 32 leitos de retaguarda no Hospital Fernandes Távora, porém, atualmente, não há recursos para o custeio desses leitos. Além disso, todo o suporte ao paciente nessa unidade hospitalar é também custeado pelo HGF, desde o soro até a enfermeira que acompanha o paciente, gerando dificuldades financeiras para o hospital do Estado.