O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), anda cansado. Em pouco mais de uma semana, emagreceu e viu as bolsas abaixo dos olhos se aprofundarem. Foi criticado em todo o País, e até no exterior, pela ação policial que deixou quase 200 manifestantes feridos, a maioria professores, em frente à Assembleia Legislativa do Estado.
Chegou a defender a tropa no dia da ação, mas depois, em entrevista à Folha de S.Paulo, recuou e afirmou que o que ele aprovou foi a proteção que a PM fez à Assembleia. Mesmo depois de promover três baixas no governo e de pedir desculpas pelo ocorrido, está longe de chegar ao fim do túnel, avaliam aliados. O desafio do tucano, reeleito em primeiro turno no ano passado e antes visto como uma promessa pelo partido, é recuperar seu principal capital político, a popularidade, ao mesmo tempo em que sua gestão patina. Sem dinheiro em caixa, Richa cortou obras e investimentos desde meados de 2013, mas manteve sua imagem de bom moço, educado e pronto ao diálogo.
“Ele foi atingido na sua principal qualidade”, avalia um deputado da base de apoio, que pediu anonimato. “É o maior desgaste político da história do Paraná.”Na última semana, Richa se resguardou. Praticamente não saiu de casa. Passou quase dez dias despachando no Chapéu Pensador, um prédio do Estado com estrutura de madeira e vidro, rodeado por um bosque, a quase 10 quilômetros do Centro.