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Deputados reagem à violência no Interior - QR Code Friendly
Quinta, 12 Abril 2012 07:10

Deputados reagem à violência no Interior

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  Foi pauta majoritária ontem na Assembleia Legislativa o crescente índice de violência no Interior do Estado. O debate teve como mote o aterrorizante assalto à agência do Banco do Brasil ocorrido na madrugada da última segunda-feira na cidade de Pentecoste, cidade situada a 89 km de Fortaleza.A vulnerabilidade vivenciada pelos bancários e pela população interiorana em geral pode ser facilmente vislumbrada quando se observam os números das ações contra bancos em todo o Estado. Em 2008, foram registradas apenas seis ações contra agências no Ceará, destas, quatro aconteceram em cidades do Interior. Em 2009, ocorreram 19 ações, 16 no Interior; em 2010, 34 ações, 29 no Interior; em 2011, 46, 33 no Interior e somente até o mês de abril deste ano já verificam-se 28 ataques a agências, sendo 21 fora da Capital. (Dados do relatório do Sindicato dos Bancários). Se as estatísticas continuarem seguindo a média destes primeiros quatro meses de 2012, de aproximadamente 30 ações, calcula-se que acontecerão quase 100 ações durante o ano inteiro. O deputado Ely Aguiar (PSDC) introduziu o tema ao manifestar repúdio sobre o episódio de Pentecoste e afirmou que várias outras cidades interioranas estão deficientes no patrulhamento policial e à mercê dos assaltantes de bancos. Ele citou como exemplo a cidade de Banabuiú, a 214 km de Fortaleza, que sofreu uma ação semelhante no dia primeiro de março deste ano, e, hoje, os moradores precisam deslocar-se para Quixadá para realizar suas transações, receber pensões e aposentadorias. Ele relembrou também o assalto ocorrido na Câmara Municipal de Fortaleza, no dia 25 de março, e ao roubo de um caixa eletrônico localizado no prédio da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (Srte), do Ministério do Trabalho, no centro da capital cearense no dia 4 deste mês. O parlamentar manifestou preocupação com a segurança da própria Assembleia Legislativa (AL): “Só falta acontecer isso no Palácio do Governo ou aqui mesmo na nossa Casa. Precisamos urgentemente reforçar a segurança aqui”. A AL possui uma agência da Caixa Econômica Federal e outra do Banco do Brasil com seis caixas. Após este pronunciamento, sete deputados manifestaram-se neste tema, dentre eles: Fernando Hugo (PSDB), Manoel Duca (PRB), Delegado Cavalcante e Ferreira Aragão (PDT), Moésio Loiola e Leonardo Pinheiro (PSD), Antonio Carlos (PT) e Bethrose (PRP). O parlamentar Ely Aguiar afirmou que, apesar dos investimentos em segurança pública, ele não visualiza bons resultados, tendo em vista a onda de violência no Interior do Estado e estes eventos são, segundo ele, um chamamento para mudanças de postura do governador e de seu staff: “Não pode a Polícia desfilar de Hilux, se não tem uma ação eficaz. Parece que lampião voltou com todo o gás”, pontuou.O parlamentar alertou ainda para a possibilidade de uma outra greve dos policiais militares, que alegam o não cumprimento do acordo com o Governo do Estado. A categoria anunciou que realizará uma assembleia no dia 26 de maio para decidir sobre uma nova paralisação, caso o Governo do Estado não atenda as reivindicações acordadas no fim da última greve.Delegado Cavalcante classificou a ação de Pentecoste como “um ato de terrorismo”. Para o deputado, faltam planejamento e inteligência na área de segurança do Estado. Ele sugeriu uma ação coordenada entre as Polícias. Migração dos criminososOs parlamentares Manoel Duca, Ferreira Aragão e Antonio Carlos apontaram a migração de criminosos do Sudeste como uma das causas do aumento da violência no Estado. É necessário uma grande cruzada para criar um cinturão defensivo. “Tem muito bandido que veio do Rio de Janeiro e São Paulo”, avaliou o deputado Ferreira Aragão. Para Moésio Loiola, o ataque à agência bancária de Pentecoste “desmoralizou a Polícia”. Na visão dele, os tiros atingiram não apenas a viatura, “mas um símbolo da segurança pública”. Já o deputado Leonardo Pinheiro atribuiu parte da culpa pela violência ao Judiciário. “Homicidas não são presos porque falta juiz para decretar a prisão. As comarcas vazias têm causado prejuízo grande”, analisou. O líder do governo, Antonio Carlos, rebateu as críticas da falta de investimento em segurança pública por parte do Estado afirmando que nunca se investiu tanto nesta Pasta como no governo Cid Gomes. Ele citou a entrega de novas delegacias, aumento de efetivo policial e concessão de melhorias salariais e laborais. O petista finalizou o seu discurso apontando a educação como uma forte estratégia do governo para diminuição da violência em longo prazo, através, por exemplo, da criação das escolas profissionalizantes estaduais.A deputada Dra. Silvana (PMDB) ressaltou os investimentos feitos pelo Governo na segurança, mas lembrou que os criminosos vêm se especializando. “Infelizmente o Estado está correndo atrás de um crime especializado”, acentuou. Câmara municipalEnquanto isso, na Câmara Municipal de Fortaleza, o mesmo tema veio à tona. O vereador Vitor Valim (PMDB) cobrou do governo, tanto na esfera estadual quanto municipal, fiscalização das legislações que inibem ações criminosas a agências bancárias. “Se não tiver ações preventivas ficaremos assistindo, constantemente, assaltos, e o Poder Público não toma nenhuma providência”. Segundo ele, os bancos não estão preocupados por possuírem seguros enquanto que a população fica à mercê das ações criminosas. O parlamentar propôs ainda a criação de uma central conectada à internet para que a Polícia possa ser informada rapidamente sobre qualquer ação criminosa. (Carol Avendaño).
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