LAURA RAQUELDa Redação A aliança estratégica entre a ex-senadora Marina Silva e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, na última semana, repercutiu ontem, no plenário da Assembleia Legislativa. O assunto veio à tona no discurso da deputada Eliane Novais (PSB), que classificou a ação como “coligação democrática”, onde os partidos reafirmam a legitimidade e a identidade partidária um do outro. Eliane Novais também criticou a postura do atual secretário estadual de Saúde, Ciro Gomes. No último domingo, Ciro disse que Marina e Campos “não têm proposta para o Brasil. São dois zeros”, pois, segundo ele, “o Brasil precisa de reflexão, propostas”. Para o socialista, Ciro irá mudar de ideia quanto à Marina e Campos, assim como mudou quando disse que a presidente Dilma Rousseff era inexperiente, ou quando disse que o Lula era uma aventura. “Reconheço o preparo administrativo do secretário, mas ele tem um despreparo emocional que o descredencia”, disse a parlamentar, acrescentando que as declarações de Ciro Gomes foram inoportunas. O líder do Governo na Casa, deputado José Sarto (PROS), também foi à tribuna comentar a fusão de Marina Silva e Campos, pontuando que Marina estaria constrangida com a filiação ao PSB. Disse, ainda, que a Rede Sustentabilidade não foi viabilizada por “erro formal”. Portanto, segundo ele, não existe a ideia de dois partidos, como tentam apregoar para justificar a aliança. Para ele, isso não passa de “mecanismo de defesa”. Sarto também rebateu as críticas proferidas contra Ciro Gomes. Conforme disse, as declarações de Ciro ao assunto representa apenas uma opinião pessoal sobre o projeto de Campos para as eleições do próximo ano. QUEM GANHA?! Já o deputado João Jaime (DEM) destacou que, em seu entender, a fusão trouxe muita chance de vitória das forças que querem uma mudança, uma vez que muitos não acreditavam na possibilidade de uma candidatura do governador de Pernambuco. “O PT conseguiu evitar a criação da Rede, mas, talvez, criou uma situação ainda mais complicada para a reeleição da presidente Dilma”. O deputado Antônio Carlos (PT), assim como alguns petistas, acredita que o resultado da filiação de Marina Silva ainda será mensurado nos próximos dias e rechaçou a ideia que o PT tenha influenciado para barrar a criação da Rede Sustentabilidade. Disse, ainda, estranhar o comportamento e a “alegria” de setores conservadores com as alianças, acreditando no enfraquecimento do poder político do projeto de governo do Partido dos Trabalhadores. SAIBA MAIS • Na sessão de ontem do Legislativo cearense, a deputada Fernanda Pessoa (PR) comentou a troca partidária do governador Cid Gomes (PROS) e seu grupo político. Para ela, agora, socialistas e republicanos poderiam se unir para apresentar um projeto de mudança para o Estado do Ceará, o que foi comemorado pela deputada Eliane Novais (PSB).