Arruda Bastos negou, na Assembleia Legislativa, as denúncias de que algumas policlínicas estariam sem funcionar O secretário de Saúde do Estado, Arruda Bastos, esteve na Assembleia durante sessão ordinária de ontem, para prestar esclarecimentos sobre a pasta que comanda no Poder Executivo. Por mais de três horas, o gestor discorreu sobre diversos assuntos e respondeu às perguntas dos poucos deputados que estavam presentes às suas explanações. De acordo com ele, o Programa de Expansão da Saúde, implantado pelo Governo do Estado em 2011, já realizou a construção de dois hospitais regionais, do Cariri e Norte, além de garantir a construção de 21 policlínicas e 16 Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs). A maior parte dos recursos para a implantação do projeto é do próprio Tesouro do Estado, conforme informou. Segundo Bastos, R$ 86 milhões foram investidos pela atual gestão para melhoria da saúde, enquanto o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) aplicou R$ 77 milhões. Até agora, segundo sua avaliação, foram executados 85% desse total pelo Governo e 94,38% da instituição financeira. Dos 16 CEOs propostos, foram inaugurados 13, além de policlínicas nos municípios de Tauá, Baturité, Camocim, Itapipoca, Campos Sales, Pacajus e Aracati. Ele ainda destacou que houve avanço nos chamados transportes sanitários, permitindo que a população possa se deslocar com mais facilidade até os equipamentos de saúde. "Em Cascavel e São Gonçalo, temos os ônibus, chamados transportes sanitários, que fazem a rota, beneficiando o CEO de São Gonçalo e Caucaia e a Policlínica que será inaugurada em Caucaia". Policlínicas Heitor Férrer (PDT), um dos críticos da saúde pública no Estado, indagou sobre a veracidade das denúncias de que várias policlínicas do Estado, como as de Acaraú, Barbalha, Campos Sales, Canindé e Caucaia, estariam concluídas, mas sem funcionamento. O gestor, no entanto, afirmou que não existe nenhum desses equipamentos finalizado e com as portas fechadas, ponderando que os únicos contratempos são os problemas licitatórios na construção das policlínicas de Maracanaú e Canindé. Pelo menos 17 deputados compareceram ao debate com Arruda Bastos, mas, quando este chegou ao plenário da Assembleia, às 11h40, somente 10 estavam presentes. Welington Landim (PSB) questionou sobre a criação do SAMU do Cariri, e o gestor afirmou que, no começo do próximo semestre, o Pólo II, que inclui a região, poderá ter início. "Só lembrando que o próximo semestre começa agora em julho", ironizou o pessebista. O secretário ressaltou que está sendo discutido, juntamente com outras gestões da saúde no Nordeste, a compra de medicamentos para enfrentar o lobby das empresas que causam dificuldade para as administrações públicas. Conforme lembrou, foi proposta a criação de um consórcio público da saúde para que fique responsável pela negociação e processo de compra de medicamentos. "Os estados fariam uma compra unificada, pois muitas vezes sofremos o boicote das empresas internacionais". Inaugurada Arruda Bastos citou o Programa de Rede de Urgência e Emergência, com a construção de 32 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) sendo quatro na Capital. A UPA do bairro José Walter, informa, deverá ser inaugurada no dia 13 de junho próximo. Ele ressaltou a importância da gestão municipal no funcionamento de tais equipamentos, que são adquiridos e construídos pelo Governo do Estado, mas cabe às prefeituras sua administração. O titular da Secretaria de Saúde garantiu que, "nos próximos meses", pelo menos dez UPAs deverão ser inauguradas e, até o fim do programa, serão 12 em Fortaleza. A licitação para o Hospital Metropolitano estará pronta nos próximos dias, salienta. "Estamos fechando com Aprece e secretários um projeto de mais de R$ 25 milhões para adquirir veículos para o programa de saúde da família. As unidades são aprovadas pelo Ministério da Saúde e têm selo da Agência Nacional da Vigilância Sanitária. Ele pontuou que o Ceará se destacou no transplante de órgãos, sendo o primeiro no de fígado. "Se eu tivesse só falando das obras e dos indicadores, mas sem lembrar os profissionais, não apresentaria dados completos", afirmou ele, ao comentar que existem 9.382 profissionais trabalhando em policlínicas, Upas, hospitais, CEOs e SAMU.