Carlomano teve o diploma de deputado cassado pelo TRE, mas ainda demonstra ter força dentro da Assembleia Legislativa
FOTO: SARA MAIA
Mesmo após ter o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Carlomano Marques (PMDB) poderá manter dois cargos de prestígio na Assembleia Legislativa do Ceará. Além da vice-liderança do governo Cid Gomes (PSB) na Casa, o deputado é candidato único para ocupar a presidência da comissão de Seguridade Social e Saúde do Legislativo, que deve ser definida na manhã de hoje.
O atual líder do governador na Assembleia, Sarto Nogueira (PSB), afirma que ainda não há definição sobre a vice-liderança do governo no Legislativo. Segundo Sarto, a Casa ainda aguarda posição final do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a cassação de Carlomano Marques.
“Aguardamos decisão final do TSE sobre o mérito da questão. Como ainda cabe recurso para o deputado, estamos aguardando, até para não fazer pré-julgamento”, diz. Na prática, Carlomano permanecerá no cargo até o fim do julgamento do processo - o que é confirmado pelo próprio Sarto.
ComissãoAlém disso, Carlomano também é cotado para permanecer na presidência da comissão de Saúde da Assembleia, um dos grupos de maior prestígio na Casa. “Até agora, há a proposta de que seja Carlomano o presidente e Mirian Sobreira (PSB) a vice. Devemos definir isso a partir de quinta-feira, mas não existe ainda nenhuma conversa em outro sentido”, afirma Antônio Granja (PSB), membro do grupo. Demais integrantes da comissão de Saúde da Assembleia - uma das três únicas que ainda não elegeram seus presidentes - também descartam a possibilidade de o deputado deixar de ocupar a posição. Outras 15 comissões já definiram suas lideranças na semana passada. “As presidências de comissões são indicadas pelos partidos, seguindo a proporcionalidade. Então, até por isso, não teve nenhum movimento no sentido de eleger outro presidente”, diz Mirian Sobreira (PSB). Carlomano Marques é o único peemedebista que integra o colegiado.
Carlomano Marques foi cassado pelo TRE em dezembro do ano passado, por captação ilícita de votos na eleição de 2010. A decisão teve base em matéria do O POVO de setembro de 2010. No entendimento do TRE, o deputado era o principal beneficiário dos atendimentos médicos prestados por sua irmã, a vereadora Magaly Marques (PMDB), também condenada no mesmo processo.
Na última quinta-feira, a AL decidiu dar prazo de oito sessões para que o deputado apresente defesa formal sobre o caso. No mesmo dia, Carlomano entrou com pedido de liminar no TSE, para manter o cargo durante todo o julgamento do processo.
Durante a tarde e a noite de ontem, O POVO tentou entrar em contato com o deputado Carlomano Marques para comentar o caso, mas não obteve resposta. Como
ENTENDA A NOTÍCIA
O prazo de oito sessões que Carlomano Marques terá para apresentar defesa formal, por escrito, à Mesa Diretora da Assembleia começa a contar a partir de hoje, 14. Depois, a Casa terá novo prazo para comunicar decisão