Segundo Roberto Mesquita, o esforço para concretizar a Refinaria deve ter o apoio dos cearenses, pois causará impacto positivo na economia
FOTO: JOSÉ LEOMAR
Roberto Mesquita defende que deputados e senadores cobrem da União para que o projeto seja prioridade
O deputado Roberto Mesquita (PV), em seu pronunciamento, na tribuna da Assembleia Legislativa, ontem, mostrou-se preocupado com a demora na instalação da Refinaria Premium II, no Ceará. Segundo ele, falta mobilização política por parte dos representantes do Estado no Congresso Nacional, como deputados federais e senadores, além da participação popular, para que o equipamento seja, realmente, tratado como prioridade pela presidente Dilma Rousseff.
O parlamentar lamentou que o empreendimento, que, segundo disse, é "um sonho de várias gerações", ainda não tenha virado realidade e questionou quais seriam os reais impedimentos para que a Refinaria não seja instalada no Ceará. Conforme explicou Roberto Mesquita, a Petrobras estaria passando por dificuldades em caixa, chegando a comprar gasolina mais cara do que o combustível que vende. "Suas ações estão desabando na Bolsa de Valores, e a Petrobras não tem refino no Brasil", apontou o deputado.
Segundo ele, o esforço do governador Cid Gomes para trazer o equipamento deve ter o apoio de todos os cearenses, pois, com a instalação da Refinaria, haverá um impacto positivo na economia local, o que não pode ser descartado. Conforme informações apresentadas pelo parlamentar, com a construção do equipamento, o Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará passará por um incremento de até 50%.
Obrigações
"Essa Refinaria trará qualidade para diversas áreas, como a Saúde, Educação e também irá ajudar a abastecer o mercado interno. O (governador) Cid está hoje em Brasília para tratar, exclusivamente, desse assunto com a presidente Dilma. Ele quer que as obras da Refinaria sejam iniciadas, e o Ceará tem feito todas as suas obrigações", afirmou o deputado. A reunião, porém, foi adiada.
Segundo Roberto Mesquita, está tudo pronto, esperando a vinda do empreendimento, inclusive com melhorias em rodovias para desvio do material a ser produzido pela Refinaria Premium II. Sobre o impasse com a comunidade indígena dos Anacés, o parlamentar defendeu o posicionamento do governador e afirmou que o problema não é impedimento para início das obras da unidade de refino.
"Esse é um débito da Dilma e do (ex-presidente) Lula com o Ceará. Investimos muito naquela região, sonhando com a Refinaria", lamentou. Segundo ele, o Estado deveria ter feito como os governadores, prefeitos e as bancadas de Rio de Janeiro e Espírito Santo fizeram, que foi a mobilização da sociedade quanto à não redistribuição dos royalties do petróleo, ainda que discorde dos motivos de tal atitude. "Mesmo sendo injusto a motivação, porque o petróleo é de todos", ressaltou.
Ele lembrou ainda que, por conta disso, o Congresso Nacional está "parado", visto que os parlamentares desses estados inviabilizaram a votação do veto da presidente Dilma quanto à proposta de redistribuição, visto que eles obrigaram o Congresso a ter que votar todos os 3 mil vetos presidenciais armazenados naquela Casa. "O Governo tem que se sensibilizar ao pedido do governador Cid, porque queremos ver essa Refinaria funcionando", disse.
Enérgica
O deputado Mário Hélio (PMN), que acompanhava o pronunciamento de Roberto Mesquita, concordou com as sinalizações de seu colega e cobrou uma atitude mais enérgica por parte da bancada federal cearense. "Devemos também cobrar de nossos deputados e senadores, pois eles é que são os mais próximos do Governo", justificou.