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Coluna Política - QR Code Friendly
Terça, 04 Dezembro 2012 06:18

Coluna Política

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  O novo ciclo do Legislativo Cid Gomes (PSB) nunca teve motivos para se queixar do Poder Legislativo, mas a eleição da nova mesa diretora da Assembleia demarca momento diferente para ele - e, pasmem, para melhor, na perspectiva do governador. Se os presidentes anteriores eram fiéis e não causaram dores de cabeça, nenhum era tão próximo a ele quanto Zezinho Albuquerque (PSB). Domingos Filho (PMDB) se tornou ligado a ponto de ter sido escolhido, por opção exclusiva de Cid, para vice-governador. Mas a relação de maior afinidade começou mesmo nos preparativos para a candidatura a governador, em meados da década passada. Já Roberto Claudio se elegeu pela primeira vez pelo PHS. Tornou-se vice-líder do governo, aproximou-se do Palácio e, em seguida, migrou para o PSB. Com Zezinho é diferente. É aliado dos Ferreira Gomes pelo menos desde meados da década de 1990. A relação remete aos vínculos paroquiais na zona norte – Massapê, terra de Zezinho, é vizinha a Sobral, berço do clã que governa o Estado. E ele é o principal articulador político do grupo na Assembleia e, também, no Interior. E era o líder informal do governador, aquele responsável pelas negociações. Enquanto os petistas Nelson Martins e, depois, Antônio Carlos eram responsáveis pelos embates públicos e pela defesa da administração na tribuna, Zezinho era quem conduzia as conversas de bastidor. Pela primeira vez na era Cid, o personagem com esse papel acumulará a presidência do Legislativo. Assim, embora mantenha uma grande aliança para governar, o grupo de Cid Gomes compartilha fatia cada vez menor do poder com os aliados. A capacidade de decisão está mais concentrada no círculo de relações mais estrito do governador. O Legislativo, somado à conquista da Prefeitura de Fortaleza, é bom exemplo desse processo. No caso da Assembleia, o controle estava com o PMDB no começo da era Cid. Depois, foi para um novato no PSB. E, agora, para o cidista de mais longa data que havia disponível. A PAZ DE ZEZINHOEmbora as eleições anteriores não tenham sido propriamente turbulentas, a homologação de Zezinho ocorre de forma mais tranquila que a dos antecessores. Antes de ser confirmado no cargo, Domingos Filho tinha como adversário anunciado à reeleição o então presidente Marcos Cals (PSDB). Como o tucano acabou virando secretário estadual, o caminho ficou livre. Já a ascensão de Roberto Claudio foi resultado justamente do embate dentro do PSB. Diante do impasse entre Zezinho e Welington Landim, abriu-se brecha para a terceira opção: o atual prefeito eleito da Capital. Agora, Zezinho rapidamente conseguiu construir consenso em torno de si, firmar-se como favorito, sem margem para surpresas. A TURBULÊNCIA DE ZEZINHOSe a eleição foi o ápice de calmaria que se enxergou no período de Cid, a gestão Zezinho Albuquerque na Assembleia deve passar por momentos mais atribulados que os anteriores. Para começar, a relação com o PT está estremecida e, haja o que houver, não será retomada nos mesmos moldes. Além disso, Heitor Férrer (PDT), voz isolada da oposição em outros tempos, saiu da campanha para prefeito mais forte e mais conhecido. Mas o principal fator é que o governo Cid se encaminha para o final sem que haja candidato natural à sucessão. A expectativa de poder é o principal combustível da política. Pelo estilo que costuma adotar, é muito provável que o governador empurre a indefinição sobre seu sucessor até meados de 2014. Até lá, os humores políticos tendem a ficar bastante agitados.
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