A dois anos das eleições ao Palácio do Planalto e aos governos estaduais, o PT da presidente Dilma Rousseff e o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, estão divididos em mais da metade dos Estados.
Levantamento realizado entre os diretórios regionais mostra que eles já enfrentam rachas em ao menos 15 Estados.
A relação entre os dois partidos, aliados nacionalmente, é hoje tratada como a principal incógnita para 2014. Sigla que mais cresceu nessas eleições municipais, o PSB estará sozinho em 2014, no palanque da reeleição de Dilma ou ao lado do senador mineiro Aécio Neves (PSDB), principal nome da oposição para a disputa?Na campanha eleitoral deste ano, Aécio percorreu o País para pedir votos tanto para tucanos como para candidatos do PSB. Em Belo Horizonte, por exemplo, atuou como principal cabo eleitoral para a reeleição do prefeito Marcio Lacerda, do PSB. Já Campos acumulou vitórias de seu partido em duelos diretos contra o PT. Foi assim em BH, Recife, Cuiabá, Campinas e Fortaleza.
No Ceará, o quadro é de indefinição. A disputa em Fortaleza distanciou o PT do PSB, mas no plano estadual os petistas continuam participando do governo Cid Gomes. Os petistas ainda discutem a postura a ser adotada diante da administração de Cid e de Roberto Cláudio (PSB). Para 2014, PSB e PT devem lançar candidatos próprios.
Terceira via?Esses resultados o colocaram como uma opção de terceira via para 2014, mas também deixaram feridas abertas na relação com o PT. Por isso há quem defenda uma chapa Campos e Aécio, como disse o prefeito eleito de Manaus, Arthur Virgílio. “Nós temos esse lado, de conviver bem com um [PT] e com outro [PSDB]”, diz Laurez Moreira, presidente do PSB de Tocantins – um dos 12 Estados em que a aliança continua firme, mas com possibilidade de se desmanchar em 2014, caso os socialistas lancem candidatura própria.
O primeiro ingrediente pós-eleitoral que pode acirrar o cenário virá na quinta-feira, no anúncio das sedes da Copa das Confederações de 2013, evento-teste para a Copa, no ano seguinte. O Recife corre risco de exclusão, o que deixaria o torneio só com cinco palcos: Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Belo Horizonte e Fortaleza. O governo brasileiro tem poder de influência na Fifa, responsável pela decisão. Recife fora da competição seria uma derrota para Campos.