O parlamentar apontou que a imprensa internacional destacou os atos do último dia 7 de setembro e caracterizou o momento político como “prelúdio do golpe no Brasil”. “O Brasil voltou a habitar as manchetes dos jornais do mundo como um país que ameaça golpe. O Brasil é hoje fruto de preocupação internacional, e não só aqui. Nos últimos meses, houve uma explicitação do golpismo”, disse.
O golpismo de Bolsonaro gera o caos para colher as condições do próprio golpismo, segundo o deputado. Ainda conforme Renato Roseno, o presidente inflama a sua base, “pequena, minoritária e violenta”, disposta a muita coisa. “Os seus malfeitos estão sendo descobertos. Os esquemas de rachadinha, de compra de vacina; mas, mais que isso, o derretimento da economia do País. O golpismo é explícito. Não é que tenha ameaça de golpe; o golpe está em processo”, afirmou.
Em referência ao presidente da República, Renato Roseno observou que Bolsonaro nada mais é que uma cria do próprio sistema e possui uma agenda violenta de destruição de direitos, da democracia e do estado social brasileiro. “O golpismo ficou explícito nos discursos da última terça-feira. Mas o povo brasileiro não é favorável ao golpe. Quem o apoia não é a maioria do povo brasileiro. O que a maioria quer é enfrentar a crise econômica, lutar contra a fome, o desemprego, pandemia, e quer acesso à saúde”, enfatizou.
Renato Roseno afirmou que não se pode esperar até 2022 para tentar mudar a situação do Brasil e defendeu que o presidente da Câmara dos Deputados dê uma resposta firme às falas de Bolsonaro e dê início ao processo de impeachment. “Precisamos de uma agenda popular e de unidade das forças democráticas. Não dá para esperar outubro de 2022. A luta pelo impeachment é agora. Essa é uma luta contra a fome, o desemprego, a violência, a pandemia e outras. Não adianta dizer que eles são a minoria da população se a maioria, que defende a democracia, não se organiza para ocupar as ruas e pressionar o processo de crime de responsabilidade”, acrescentou.
O deputado afirmou que as eleições do próximo ano não serão tranquilas e tradicionais, pois o próprio presidente ameaça o pleito e diz que não sairá do poder. “Ele disse que não reconhece o órgão organizador das eleições, afirmando que não abdicará, mesmo que seja derrotado. Portanto, o golpe está em processo, e não será uma fila de notas de repúdio que irão impedi-lo”, avaliou.
O deputado Marcos Sobreira (PDT), em aparte, afirmou que o 7 de Setembro foi “fúnebre, com desrespeito ao Judiciário, atentado contra a democracia e outros atos com a presença e discursos de Bolsonaro. “A frase mais triste que vimos foi vermos o presidente da República dizer para a população que não irá cumprir ações judiciais de um ministro do Supremo Tribunal Federal. Há meios legais para recorrer. Isso é crime de responsabilidade. É sério e um atentado ao Judiciário”, destacou.
GS/AT