Foi no edifício Champs-Elysées, em Copacabana, Rio de Janeiro, onde morava com os pais e a irmã, Danusa Leão, que nasceu a Bossa Nova, em reuniões com artistas como Roberto Menescal, Carlos Lyra, João Gilberto, Sérgio Mendes e seu então namorado, Ronaldo Bôscoli.
No entanto, em meados dos anos 1960, a intérprete iniciou o seu rompimento com a turma da Bossa. Atuando como repórter do jornal Última Hora, de Samuel Weiner, marido de sua irmã, Nara se engajou na luta contra a Ditadura Militar brasileira.
Lançou, em 1964, o disco Opinião de Nara, com obras de compositores do morro carioca como Cartola, Zé Ketti e Nelson Cavaquinho. No mesmo ano, estrelou o espetáculo Opinião, com Zé Ketti e João do Vale, dirigido por Augusto Boal. A cantora viria a ser substituída por Maria Bethânia, quando precisou se afastar para tratar de problemas na garganta devido ao uso intenso da voz.
Com Chico Buarque, com quem manteve uma relação de trabalho e amizade, Nara Leão defendeu a canção "A Banda", no Festival da Música Popular Brasileira, da TV Record. Foi com Chico que Nara dividiu a apresentação do programa "Pra Ver a Banda Passar", também na Record, que durou apenas seis meses.
Além da Bossa Nova, do samba e da música de protesto, Nara Leão também aderiu ao Tropicalismo. Em 1968, participou do disco-manifesto "Tropicália ou Panis et Circensis", juntamente com Tom Zé, Cateano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Os Mutantes. Dez anos depois, gravou o disco “...E que tudo mais vá para o inferno”, cantando clássicos de Roberto Carlos.
Nara Leão morreu aos 47 anos, no dia 7 de junho de 1989, vítima de um tumor cerebral inoperável. Seu último disco lançado foi "My foolish heart", naquele mesmo ano, interpretando versões de clássicos americanos.
O programa Brasilidade é transmitido aos domingos às 18h, com produção de Ronaldo César e Juliana Brasileiro e locução de Narcélio Limaverde. A reprise acontece nas terças-feiras, a partir das 23h.
RW/JU