Segundo ela, os governos devem implementar sistemas para gerenciar fontes, transferências e o uso de água, além de estimular a alternância dos ciclos de plantio para otimizar a irrigação. Fernanda Pessoa lembrou que, em 2011, quase metade do Estado contava com o abastecimento de água via carro pipa. “A pobreza, inicialmente concentrada no meio rural, transfere-se para Fortaleza. Com tanta pesquisa, com tantos recursos que são destinados para combater os efeitos da seca, por que o clima ainda leva a culpa?”, questionou.
Para a deputada, a irregularidade de precipitações pluviométricas observada este ano começa a preocupar quanto à possibilidade de frustrar as safras agrícolas, debilitar a pecuária e exaurir as reservas de água de superfície. “Nessas condições, as camadas mais pobres de nossa população rural ficam inteiramente vulneráveis, passando a depender de ajuda emergencial para sobreviver”, completou.
Ela ressaltou a meta da Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Estado de distribuir 3.773 toneladas de sementes para 145 mil produtores da agricultura familiar este ano. Segundo a deputada, por meio do projeto São José, a expectativa é que cerca de 10 mil famílias recebam assistência técnica para conviver com o semiárido.
“Além dos investimentos de base na agricultura familiar, é preciso abrir linhas de crédito mais adequadas à vida do agricultor cearense. E já aproveito para solicitar a apresentação pelas macrorregiões da mais recente lei, sancionada pela presidente Dilma, em que o governo se abre para renegociar dívidas do produtor de pequeno e de médio portes com perdão de juros, e anulações de execuções judiciais”, disse.
Ela sugeriu ainda um plano de substituição emergencial de carros pipas por cisternas de placas, sistemas de abastecimento e mais mandalas nos terrenos.
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