Para Mesquita, a postura do irmão do governador “beira à covardia”. Segundo ele, porque o Partido dos Trabalhadores teve papel fundamental na eleição de Cid Gomes, em 2006. O PT comanda a prefeitura da Capital cearense há oito anos e também foi apoiado pelo PSB nas campanhas de Luizianne Lins em 2004 e 2008. Hoje, a aliança vive clima de racha.
Mesquita disse que, se Ivo Gomes discorda do modelo de administração do PT, deveria mobilizar o PSB para a apresentação de um projeto político para as eleições municipais deste ano, sem denegrir a imagem de uma legenda ainda aliada. “São declarações vaidosas”, pontuou.
Ele fez contraponto a várias colocações do chefe de gabinete. Começou pelas críticas do socialista ao excesso de terceirizados na prefeitura. “Ao julgar as contas do Cid, o TCE (Tribunal de Contas do Estado) fez recomendação clara sobre a quantidade de terceirizados. Então é o sujo falando do mal lavado”, frisou.
Segundo Mesquita, Ivo também não tem como condenar o uso da política em detrimento das ações de educação e saúde porque o Governo faria o mesmo. “Isso é hipocrisia”, sublinhou.
O parlamentar pediu que o irmão do governador diga quem é o vereador citado numa das postagens como dono de um hospital beneficiado pela atual administração municipal pelo fato de ser aliado. E ponderou sobre a existência de um “modelo velho” de gerir a máquina estatal. “Um modelo atrasado, onde a oposição não tem vez”, pontuou.
Por fim, Roberto Mesquita lamentou a postura do PT. Apesar das críticas de Ivo terem sido públicas e divulgadas por meios de comunicação, o partido não as rebateu. “Ver o PT, antes combatente e guerreiro, todo dia levar um carão como forma de se manter no poder é rasgar a própria história. A história daquela loira (Luizianne Lins) da (avenida) 13 de Maio, que começou com 3% dos votos e venceu a eleição (de 2004). Vejo um PT calado, com medo, só pela possibilidade de ter o apoio do governador nas eleições deste ano”, afirmou.
BC/CG