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Morte de Hugo Chávez domina debates na AL - QR Code Friendly
Quinta, 07 Março 2013 05:03

Morte de Hugo Chávez domina debates na AL

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Deputados Carlomano Marques e Lula Morais discutem sobre o governo de Hugo Chávez, no plenário da Assembleia Legislativa Deputados Carlomano Marques e Lula Morais discutem sobre o governo de Hugo Chávez, no plenário da Assembleia Legislativa FOTO: JOSÉ LEOMAR
  Alguns deputados não gostaram dos elogios feitos por petistas e Lula Morais ao presidente venezuelano morto O deputado Carlomano Marques (PMDB) e a bancada petista da Assembleia Legislativa protagonizaram, mais uma vez, muito bate-boca e discussões, ontem, quando debatiam a morte do presidente venezuelano Hugo Chávez. O peemedebista chegou a repudiar pedido de um minuto de silêncio pela morte do ex-governante da Venezuela, proposta pela líder do PT, Rachel Marques. O embate começou quando a parlamentar subiu na tribuna da Casa para tecer elogios a Hugo Chávez que morreu na terça-feira passada, vítima de um câncer na região pélvica. Emocionada, a petista chegou a chorar quando falava do ex-presidente venezuelano. "Ele foi um grande libertário, o protagonista da integração da América Latina que deixa um grande legado de libertação dos valores humanitários e democráticos", afirmou a deputada que chamou Chávez de "camarada". Ela informou que esteve no País dele em 2007 e que ficou impressionada com o que viu com camelôs vendendo exemplares da Constituição "em um dos ambientes mais politizados" que ela teria visitado. "Os assuntos públicos eram tratados nas esquinas. O povo está acostumado a ir para as ruas e, infelizmente, com dor com pesar, o povo voltou a tomar as ruas, mas dessa vez, para chorar a partida de seu presidente. É um pesar de todos nós. Estamos todos tristes", disse Rachel Marques que não conteve as lágrimas. Os deputados Antônio Carlos (PT), Dedé Teixeira (PT) e Lula Morais (PCdoB), também enalteceram os feitos do líder venezuelano. Eles citaram, por exemplo, alguns de seus feitos, como plebiscitos e referendos para decisões tomadas em seu País. "Ele chegou, inclusive, a perder alguns desses plebiscitos, mas, na verdade, a grande lição para os setores conservadores é de que ele pôs o limite que as elites e a burguesia não aguentam. A Venezuela se tornou o País menos desigual de toda a América Latina", lembrou Antônio Carlos. Analfabetismo Já Lula Morais afirmou que o maior mal de Chávez foi ter, em suas palavras, retirado 2 milhões de crianças do analfabetismo, ter levado médicos e serviços sociais para as comunidades levado as riquezas do petróleo para a população. "Ele é demonizado porque passou a se interessar pelo direito de seu povo, para deixar o povo de cabeça erguida". Dedé Teixeira também defendeu que houve uma inversão naquele País com a ida do ex-presidente ao Poder. Os pronunciamentos enaltecendo o nome do líder venezuelano foram interrompidos pela fala de Carlomano Marques que disse estar "morrendo de vergonha desses discursos". Para ele, Chávez não passou de um mentiroso que negou sua doença por quase um ano, além de ter nomeado duas vezes o número de juízes do Supremo para ter maioria, além de ter fechado redes de rádio e televisão e ter se unido "com o que tem de mais atrasado". "A morte física eu perdoo, mas a morte política deveria ter acontecido há muito tempo. Como político, que ele vá para a quinta caldeira a 700 graus", ironizou o deputado. Sem o silêncio Em resposta, Rachel Marques disse lamentar a maneira "deselegante" como o peemedebista tratou a morte de Chávez, lembrando ela que o legado do ex-presidente é "inesgotável". A petista pediu que os presentes fizessem um minuto de silêncio em memória do líder, quando Carlomano Marques repudiou o requerimento e ficou falando, enquanto os demais silenciavam. João Jaime (PSDB) e Ely Aguiar (PSDC) também não respeitaram o requerimento. A briga entre os parlamentares a favor e contra Hugo Chávez durou, praticamente, durante toda a sessão de ontem, inclusive, com troca de acusações entre os parlamentares. Lula Morais, por exemplo, ironizou Carlomano Marques chamando-o de progressista, defensor da democracia e das políticas públicas, mas lembrando que ele já foi membro do PDS, sucessor da Aliança Renovadora Nacional (Arena), que era a legenda representativa dos militares. Carlomano por outro lado disse que o discurso do comunista era totalmente equivocado e pediu direito de resposta à Mesa Diretora. "Nunca neguei que fui do PDS e que apoiei o general Torres de Melo porque era do PDS. Eu não saio do meu caminho só porque querem me colocar como conservador de direita. Agora eu não sou do PDS do Delúbio (Soares) e muito menos do Zé Dirceu que quiseram corromper a democracia", apontou Carlomano Marques que comparou Hugo Chávez a Saddam Husseim. Ely Aguiar também entrou na discussão e disse que Chávez tentou assumir o Governo através de Golpe Militar. Já João Jaime fez um contraponto entre a defesa dos membros da bancada petista com sua análise da conjuntura política da Venezuela. "Eu não sei o que o PT acha que é democracia. Eles acham que é fechar as TVs e as rádios, como fez o Hugo Chávez? Então isso é democracia? Tirar todos os direitos do cidadão e prender aqueles que se opõem a seu Governo, isso é democracia? Se isso é democracia então vamos lá", questionou o tucano, lembrando que o PT somente tenta combater a corrupção quando isso ocorre com seus adversários.
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