Imprimir esta página
Terça, 18 Dezembro 2012 17:41

Uipa e promotores de vaquejada divergem sobre realização do evento

Avalie este item
(0 votos)
Audiência pública para discutir legalização das práticas de vaquejada no estado do Ceará Audiência pública para discutir legalização das práticas de vaquejada no estado do Ceará Foto: Georgia Santiago
A legalização das práticas de vaquejada no estado do Ceará foi discutida em audiência pública realizada na tarde desta terça-feira (18/12), no Complexo de Comissões Técnicas da Assembleia Legislativa. Atendendo ao requerimento da União Internacional Protetora dos Animais (Uipa) e solicitado pelo deputado Dedé Teixeira (PT), o evento foi conduzido pelo deputado Augustinho Moreira (PV).

A presidente da Uipa, Geuza Leitão, condenou qualquer tipo de manifestação que incentive ou estimule a prática das vaquejadas, marcadas pelos claros e evidentes maus-tratos aos animais. Para Geuza, a Constituição Federal do país é soberana ao proibir atos de violência contra animais. “O que vemos são aberrações, como no município de Maranguape, onde há uma lei municipal que autoriza o Poder Executivo a realizar rodeios e vaquejadas, ou aqui mesmo na Assembleia onde tivemos um projeto de lei aprovado, de autoria do deputado Welington Landim (PSB), que regulamenta a vaquejada como prática desportiva e cultural no Ceará. O que se faz agora, rasga-se a Constituição?”, questionou Geuza.

O presidente da Federação Cearense de Vaquejada, Jean Marques de Araújo, defendeu a legalidade das competições de vaquejada no estado do Ceará, destacando que os regulamentos das competições organizadas pela federação têm uma preocupação de punir e eliminar automaticamente dos eventos qualquer vaqueiro cujo animal apresente ferimentos ou machucados, e que exceções presenciadas em outras competições não podem ser manipuladas e passadas ao público de maneira distorcida. Segundo Jean Marques, “em todas as vaquejadas promovidas e chanceladas pela federação, os cavalos são muito bem tratados”.

Para o médico veterinário, Plácido Campelo, “o bem estar animal, tão propagado, é uma hipocrisia, visto que nos laboratórios de pesquisa em todo o mundo existe a utilização de animais para fins experimentais, e que essa discussão não é tão difundida quanto as que envolvem práticas esportivas”, defendeu o médico.

Ainda segundo ele, “é preciso ter um conhecimento mais aprofundado sobre o assunto para não cair em demagogias, pois a vaquejada não nasceu por acaso, ela é histórica e remete às origens da região Nordeste”, salientou o médico. Plácido Campelo complementou ainda, que “a defesa desse esporte é importante para não nos esquecermos de nossas raízes e de nosso folclore”, pontuou.

Também estiveram presentes na audiência, a médica veterinária do Departamento de Animais Pequenos da Faculdade de Veterinária da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Marilac Alencar; o representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/CE), Eduardo Araújo; o representante da Associação Cearense de Zootecnistas, José Nery Rocha Junior; o ambientalista João Saraiva; dentre outras autoridades.
RG/CG      

Informações adicionais

  • Fonte: Agência de Notícias da Assembleia Legislativa
  • E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
  • Twitter: @Assembleia_CE
Lido 2886 vezes Última modificação em Quarta, 19 Dezembro 2012 07:26

Mais recentes de Fotografia

Itens relacionados (por tag)