A parlamentar, que é procuradora Especial da Mulher da Assembleia Legislativa, repudiou com veemência o ocorrido, informou que o partido já pediu a expulsão do prefeito de seus quadros e adiantou que a procuradoria se reuniu para debater formas de dar apoio às mulheres que foram vítimas do prefeito, além de acompanhar o caso para cobrar justiça para crimes cometidos.
Ela leu uma carta de repúdio assinada por ela e pelo deputado Renato Roseno (Psol), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da AL. O documento enfatiza a gravidade dos crimes, cobra responsabilização exemplar, e enfatiza a necessidade de cuidado e assistência às vítimas. Conforme o documento, "o fim da cultura de violência contra as mulheres e a emancipação feminina são pressupostos para a construção de uma sociedade mais justa, por isso manifestamos aqui nosso total repúdio a toda e qualquer forma de violência e nos solidarizamos a todas essas mulheres que foram vítimas".
Augusta Brito explicou que, apesar de já existirem provas contra o médico, ainda há pessoas que culpam as vítimas. “As mulheres foram vítimas e algumas estão se escondendo. Nós precisamos nos mobilizar para minimizar a dor dessas mulheres”, ressaltou.
A deputada declarou estar indignada com pessoas que estão associando os crimes à posição política e ao partido ao qual o prefeito era filiado. “Os crimes foram cometidos por uma pessoa, não foi pelo partido, nem por linha de pensamento de direita ou esquerda. As pessoas que querem colocar como uma questão de partido deveriam se preocupar em ajudar efetivamente essas mulheres”, destacou a parlamentar.
Em aparte, o deputado Renato Roseno expressou solidariedade às vitimas e declarou que o PCdoB tomou atitude correta de expulsar o prefeito do partido. Segundo o parlamentar, “a violências sexual é uma das mais covardes. Precisa-se sublinhar que essa violência ocorreu usando-se da confiança dessas mulheres”, pontuou.
Ele informou que a Associação Cearense de Ginecologia e Obstetrícia divulgou nota de repúdio veemente e que irá se reunir com representantes do Fórum Cearense de Mulheres para debater o caso. “É preciso que haja mobilização para garantir atenção psicossocial e jurídica às vítimas”, destacou.
O deputado Heitor Férrer também aparteou e declarou que, como médico, sente grande indignação e cobrou explicações do Ministério Público, que já estava investigando denúncias contra o prefeito. “Temos que perguntar ao MP desde quando estava investigando. Se não fosse a matéria estar na Globo, esse monstro estaria sob o manto da impunidade”, cobrou. Ele também criticou as pessoas que atribuíram os crimes à filiação partidária. “Responsabilizar o presidente do partido é injusto”, destacou.
O deputado Carlos Felipe (PCdoB) afirmou que “é impressionante como nessas horas tem gente mau caráter que quer ligar isso ao partido”, declarou. Ele esclareceu ainda que o prefeito já estava afastado do partido desde março de 2018 e que foi expulsou após as denúncias. “O nosso partido nunca fez apologia ao estupro e nunca achou que alguém é merecedor de um estupro”, reforçou.
Tony Brito (Pros) também manifestou apoio ao pronunciamento da deputada Augusta Brito e reforçou as criticas à conduta do prefeito. Ele informou ainda que hoje foi nomeada a primeira mulher a coronel da PM da Ceará e que a nomeação foi feita por outra mulher, a vice-governadora Izolda Cela.
JM/CG