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Coluna Política - QR Code Friendly
Quarta, 06 Janeiro 2016 05:23

Coluna Política

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  Panorama da oposição em Fortaleza O quadro das principais forças de oposição a Roberto Cláudio (PDT) tem três candidaturas praticamente certas, duas possíveis e uma improvável. Uma delas é de Heitor Férrer (PSB). Ele saiu do PDT após quase três décadas e se filiou para o PSB para ter condições de ser candidato. Não haverá, portanto, de desistir. Em 2012, Heitor não deixou Roberto Cláudio fora do segundo turno por diferença de 2,3 ponto percentual. Ele tem perfil de centro-esquerda, mas o discurso de ética e moralidade o permite transitar em diversos segmentos, mesmo à direita. Projetou-se politicamente como grande opositor do grupo Ferreira Gomes. Com Cid Gomes fora do governo, não construiu, até agora, o mesmo contraponto em relação a Camilo Santana (PT). É bem provável que, no discurso de campanha, explore o atrelamento de Roberto Cláudio a Cid. Essa tônica foi muito presente já em 2012 e foi particularmente bem-sucedido na década de 1990, em relação aos candidatos apoiados pelo então governista PSDB na Capital. Mais à esquerda, a candidatura de Renato Roseno (Psol) também é praticamente certa, pela improbabilidade de se compor com outros grupos, que não os tradicionais aliados PCB e PSTU. Provavelmente, será a única candidatura mais marcadamente ideológica. Fala a setores de esquerda, sobretudo os mais radicais. Pelo tamanho do partido, as chances de vitória não são lá as mais prováveis. Mas, em 2012, o desempenho já foi histórico para o Psol: 11,8% dos votos. Outra candidatura tida como certa, e uma das mais competitivas, é a de Capitão Wagner (PR). É o candidato de oposição que mais tem se movimentado. Ele tem origem no movimento da categoria dos policiais militares. Obviamente, tem discurso fortemente presente na área da segurança. Porém, como opositor ao governo Cid Gomes, passou a fazer discurso que alcança também outras áreas, e assim segue com Camilo. Porém, com a abertura ao diálogo pelo atual governador, seu discurso de segurança perde força. Entretanto, Wagner não é um tradicional integrante do que se convencionou chamar de “bancada da bala”. Seu discurso é mais polido, sofisticado. Menos policialesco. Não é candidato de vociferar, bradar de indignação contra crimes brutais. Há diferenças entre ele e o deputado federal Moroni Torgan (DEM). Também não é Celso Russomanno (PRB), provável candidato em São Paulo. Tenta se colocar como candidato que dialogue com as camadas populares – às quais o tema da violência atinge de forma mais direta. Mas fala também para a classe média. É um fenômeno eleitoral dos tempos recentes. Em 2012, bateu o recorde de votação como vereador. Em 2014, foi recordista como deputado estadual. Mas, em eleição majoritária, a conversa é outra. Wagner tenta ampliar seu discurso e eleitorado além do tema da segurança, mas ainda não apresentou com clareza uma concepção de cidade, de espaço urbano. É crucial para quem quer ser candidato a prefeito. Mesmo como vereador, essa plataforma não ficou muito evidente. Nos dois anos até se eleger deputado federal, não se destacou como opositor ao prefeito cuja reeleição pretende evitar. O DISCURSO SOBRE A PERIFERIAA coluna de ontem destacou que o debate sobre a periferia deverá ser um dos temas centrais desta eleição. Roberto Cláudio já é acusado de concentrar investimentos nas áreas mais ricas. Tenta-se, dessa forma, colocar nele a pecha de elitista. Porém, do ponto de vista do apelo do discurso, Renato Roseno e Heitor Férrer (foto) também têm dificuldade de conseguir adesão massiva nesses setores. Seus votos mais cativos estão entre a classe média e setores intelectualizados. Wagner, em tese, é candidato de maior densidade na periferia. Aliado estratégico de Roberto Cláudio, Cid Gomes já fez a leitura de que o prefeito leva vantagem ao, supostamente, transitar tanto entre setores populares quanto na classe média e alta. Ele fica no centro desses dois polos. Pode, assim, atrair votos do lado que ficar de fora de um eventual segundo turno. O perigo, para ele, é ser espremido por ambos. Será atacado em diferentes trincheiras. E, é bom lembrar, um candidato que tenha franca maioria só na periferia, pela distribuição populacional de Fortaleza, já será eleito. AS INTERROGAÇÕESAlém de Wagner, outro candidato de forte potencial na periferia é Vitor Valim (PMDB). Porém, ainda há possibilidade de o PMDB se compor com outro candidato de oposição – Wagner, sobretudo, ou mesmo Heitor. O PSDB até sinalizou que pode ter candidato, mas a falta de nomes competitivos indica como caminho mais provável uma aliança. E há o PT. Essa é a peça mais complexa da eleição municipal em Fortaleza. Trato do assunto mais detidamente amanhã.
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