As eleições municipais do próximo ano terão um peso diferenciado para o Partido dos Trabalhadores (PT), que enfrenta momento de mais baixa popularidade da história da agremiação. Correligionários avaliam que o momento será a oportunidade de o partido se defender de ataques lançados ao Governo e ao próprio agrupamento político a partir da adoção de uma postura renovada, de autocrítica e que ratifique o projeto nacional da presidente Dilma Rousseff (PT).
O presidente do diretório estadual do partido, De Assis Diniz, entende as eleições municipais do próximo ano como uma preparação do arco de alianças que sustentará o partido na disputa presidencial de 2018. "É um momento conjuntural que nós devemos ressaltar que a questão econômica é superável, que o partido tem atuado fortemente no combate à corrupção e ao fortalecimento das instituições", disse.
Acovardar
Assis descartou o distanciamento da imagem do PT como estratégia, defendendo que a sigla não pode se acovardar e deve estar ao lado do Governo. "Não adianta tentar se esconder", reforçou, em referência à ausência da deputada federal e ex-prefeita Luizianne Lins (PT) na votação da medida provisória 665. Ela alegou que, mesmo contra o projeto, não votaria "com os inimigos do PT e do Governo".
De Assis destacou que o partido já sofreu tentativas de criminalização da legenda, como em 2005, no escândalo do Mensalão, mas sobreviveu. "O projeto do PT é de sociedade, de nação, que tem como base a defesa dos interesses da população, a pauta social é que nos alimenta (...) Não pode dizer que nosso projeto está sucumbido", alega.
Já para o deputado Elmano Freitas (PT), o PT deve se concentrar em lançar o maior número possível de candidatos a prefeito para garantir a defesa do partido. "Penso que o PT será atacado nas eleições e ninguém melhor para fazer a defesa do que um candidato do PT", apontou.
Para reconquistar o eleitorado, Elmano destaca que o PT precisa se apresentar nas próximas eleições de maneira renovada, fazendo a autocrítica e atualizando seu conteúdo programático. "É a primeira eleição que vai ocorrer após o desgaste que o partido sofreu. Isso é fato e temos que reagir diante dessa situação", admitiu.
Na opinião do vereador Acrísio Sena, as eleições municipais serão o momento para ratificar o projeto nacional liderado pela presidente Dilma. "Está em curso processo de criminalização do PT, de linchamento político e moral", criticou.