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Sexta, 27 Fevereiro 2015 05:32

Coluna Política

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  O governo Camilo Santana (PT) ainda está sendo montado e é compreensível que algumas coisas não funcionem a perfeição. A articulação política é uma delas. Ao menos por enquanto, a diferença entre o que vinha com Cid Gomes (Pros) e o contexto atual é maior do que a aliança entre o ex-governador e o atual poderia sugerir. Há ajustes administrativos evidentes, mas a articulação com a base aliada não é coisa que dependa apenas da vontade da gestão. A relação envolve os múltiplos atores. O Poder Executivo é o principal agente desse processo, mas em boa medida esse movimento se dá de fora para dentro. A derrota governista ontem provavelmente é uma etapa dessa fase de adaptação. Mas não pode ser considerada normal para quem tem base tão ampla, ainda mais no histórico de um Estado em que, definitivamente, não é da tradição das últimas décadas o Executivo ter sobressaltos na Assembleia. A etapa pode ser passageira, mas é sintoma de uma ainda sutil, mas real insatisfação. Há também indicativos de desarticulação aguda. Se não houver atenção, o problema pode se tornar crônico. A base governista computa mais de 30 deputados, mas só obteve 19 votos ontem, na tentativa de derrubar emenda que vincula o reajuste dos agentes comunitários de saúde ao índice concedido aos demais servidores estaduais. Os votos contrários à orientação governista e a favor da emenda foram 22. A pressão das tribunas lotadas de agentes contribuiu para que os parlamentares fossem mais sensíveis à demanda da plateia, é óbvio. O governo teve votos contrários dos oposicionistas PMDB, PR, PSDB, Psol. Também houve votos pela emenda em SD e PSDC, que apoiaram Eunício Oliveira (PMDB) contra Camilo na eleição passada. E no PSL e PEN, que estavam com o atual governador. O governista PP também deu sua contribuição para a derrota da base aliada. Além de Roberto Mesquita, opositor dentro do governista PV. A posição defendida pelo Palácio da Abolição foi contrariada no próprio partido do governador – Elmano de Freitas (PT) foi favorável à emenda. No partido do líder governista Evandro Leitão (foto), o único voto contra a emenda foi o dele próprio. O opositor Heitor Férrer e o governista Ferreira Aragão (os três do PDT) foram a favor da emenda, de autoria do deputado Audic Mota (PMDB). E até o ex-secretário do Esporte, David Durand (PRB), votou contra a administração a que pertenceu até a semana passada. Mas tampouco se pode dizer que a derrota seja sintoma de uma base rompida e em crise. A reforma administrativa votada ontem, por exemplo, foi aprovada por unanimidade. Até a oposição apoiou. Isso tampouco é a rotina do Legislativo em anos recentes. O TAMANHO DO INUSITADOMas a derrota, realmente, chama mais atenção que o consenso. A despeito de sempre ter havido vozes dissidentes – geralmente as mesmas – em quase qualquer assunto, a hegemonia aliada quase sempre foi massacrante. Puxando pela memória, lembro que Cid Gomes quase sofreu derrota em 2008, na votação sobre a carga horária da Polícia Militar. Mas acabou havendo acordo. Antes disso, em 2005, a base de Lúcio Alcântara tomou um susto numa tentativa de eleger Francisco Aguiar conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Mas o vazamento de uma lista de supostos “traidores” – a votação era secreta – estragou os planos da candidatura de Domingos Filho, que acabou virando conselheiro no ano passado. Naquela época, porém, a posição do Palácio prevaleceu. De modo que, salvo lapso, a última vez em que a posição do governo deixou de prevalecer na Assembleia foi na época em que Tasso Jereissati (PSDB) estava rompido com o então presidente do Legislativo, Welington Landim (hoje no Pros). Era no começo do século. Lá se vão 13 ou 14 anos. RAZÕES DA DERROTAÉ muito comum em governos que começam que os aliados tentem dar recados aos novos gestores. Em que pese ter havido a intenção dos parlamentares aliados de atenderem a simpática reivindicação dos agentes de saúde, é claro que houve uma sinalização bastante clara ontem: ou se abre às demandas do Legislativo ou não terá vida fácil. Isso um dia depois de o governador ter estado lá. Camilo tem um problema: não há grupo no parlamento absolutamente leal a ele. Não há um deputado “camilista” sequer. É questão de tempo para que apareçam. Mas o grupo ainda não se formou. O governador não elegeu deputados ligados diretamente a ele. Mesmo em seu PT, Elmano de Freitas não é propriamente um governista dos mais convictos – tem relações políticas com o grupo da deputada federal Luizianne Lins (PT), afinal. A base que Camilo (foto) tem é a que herdou do antecessor Cid Gomes – hoje morador de Brasília, com um dos maiores ministérios da República para cuidar. Pode até ajudar, mas dificilmente poderá ficar intervindo na Assembleia Legislativa do Ceará. Sob pena de sobrar para a educação no País. Dificuldade extra: um governo que mal começou e ainda peleja para preencher cargos no segundo escalão não teve ainda pernas para atender as demandas mil dos aliados. No meio desse processo, são conhecidos os descontentamentos de parlamentares com o processo de nomeações.
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