O parlamentar avaliou ainda que o processo de impeachment do governador Camilo Santana deveria ser deferido. “Precisamos zelar pela imagem da autoridade máxima do Estado, e esse tipo de denúncia não é bom para a atração de novos investidores e turistas”, comentou.
Carlos Matos fez referência à denúncia feita pelos donos da JBS de que Cid Gomes teria solicitado R$ 20 milhões para a candidatura do governador Camilo Santana em 2014.
De acordo com ele, o depoimento feito pelos irmãos Wesley e Joesley Batista só confirma a situação que foi observada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) em 2014.
Conforme os relatórios do TCE, a JBS recebeu R$ 12 milhões do Governo do Ceará em 2013, via Programa de Incentivo às Atividades Portuárias e Industriais (Proapi). Em 2014, ainda de acordo com o relatório, esse valor subiu para R$ 97 milhões - 680% a mais que o ano anterior.
O tucano questionou a doação de R$ 20 milhões da JBS a Cid Gomes. “Só se pode supor que há uma relação entre eles aí, que é de amizade, ou de crença da JBS no projeto de governo de Cid Gomes”, afirmou.
Na opinião de Carlos Matos, porém, o que houve foi uma “chantagem” do Governo do Estado, “visto que todas as doações aconteceram em período eleitoral”. “Não se pode contestar e não apurar isso, porque, se isso foi verdade, pode ter ferido todo o processo democrático, e isso não é bom para a democracia, para o Ceará ou para o Brasil”, salientou.
Em aparte, o deputado Sérgio Aguiar (PDT) afirmou que Carlos Matos fez “ilações” e avaliou que a conduta do parlamentar, ao trazer o tema para a tribuna, “não foi justa”. Ele pediu que os fatos sejam analisados antes de serem julgados.
PE/GS