“Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que 70 milhões de pessoas tenham autismo no mundo. Isso representa 1% da nossa população. No Brasil, a estimativa é de 2 milhões de pessoas. No Ceará são cerca de 80 mil pessoas com autismo”, acentuou a deputada.
Fernanda Pessoa afirmou que são milhares de cearenses que enfrentam barreiras como discriminação na escola regular, no mercado de trabalho e dificuldades para receber atendimento em unidades de saúde. “Assim como em todo o nosso País, o Ceará ainda está despreparado para atender às necessidades e promover as potencialidades das pessoas com autismo”, avaliou.
De acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CIT), o autismo é considerado um espectro de distúrbios relacionados que afeta o cérebro em desenvolvimento; e para diagnosticar é preciso ficar atento a todos os sinais, desde bebês. “O indivíduo pode caminhar para um tipo mais leve de autismo, mas isso, vai depender da estimulação precoce e intensiva”, pontuou.
Segundo a deputada, para que os efeitos do autismo sejam mitigados, é preciso uma rede de saúde organizada, que ainda é inexistente. “Faltam vagas para acompanhamento de bebês, crianças e jovens com diagnóstico de autismo tanto pelo setor privado, quanto pelo SUS, e a situação é mais difícil para quem vive no Interior. O ideal seria a criação de centros de saúde multidisciplinares, com médicos, dentistas e terapeutas”, sugeriu.
A deputada revelou que, em 2013, o Legislativo aprovou projeto de indicação prevendo a criação do Fundo Estadual para o Tratamento do Autismo, mas não foi efetivado. “Fica aqui nosso pedido de sensibilização para nosso governador. E esse é um pedido de pais e mães dos 80 mil cidadãos com autismo no nosso Ceará”, acentuou.
A deputada também informou que a lei federal nº 12.764, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, estabelece que autistas tenham os mesmos direitos de pessoas com outras deficiências. “Desta forma, os autistas passam a ter direito a todas as políticas de inclusão do País - entre elas, as de Educação. Chega até a ser estranho criar uma lei voltada especificamente ao autismo, sabendo que já existem no Brasil diretrizes gerais para a inclusão”, observou.
Fernanda Pessoa considerou ainda ser preciso mudar as atitudes, em relação ao problema. “Falta conhecimento sobre o problema e sobram dificuldades para lidarmos com a diversidade. É com diálogo e conhecimento que vamos solucionar nossas deficiências", disse.
Outro convite realizado por pela parlamentar foi para a apresentação musical que acontecerá na terça-feira, no Teatro Via Sul, às 19 horas. O evento contará com apresentação de crianças e adolescentes com transtorno do espectro do autismo.
JS/CG