Para tentar solucionar os problemas da violência, o governador Camilo Santana (PT) lança, hoje, o programa “Pacto por um Ceará Pacífico”. O programa faz parte das promessas de campanha para reduzir os índices da criminalidade no Estado. Ele prometeu emplacar diversas medidas administrativas para tornar o Ceará menos violento. O lançamento será feito, durante solenidade no Palácio Abolição, e terá a participação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O programa promete construir uma cultura de paz, no território cearense, por meio da implantação, monitoramento e avaliação contínua de políticas públicas interinstitucionais de prevenção social e segurança pública, que será coordenado pela vice-governadora Izolda Cela. De acordo com o Governador, a questão da violência é uma das prioridades assumidas pela gestão. “Desejo que abracemos essa questão da violência. Nós não vamos avançar se não houver a participação de todos. O importante é fazer algo focado nesse momento e envolvendo a comunidade. Se não fizermos contato direto com a comunidade, não funciona”, apontou Camilo, acrescentando que “foi um compromisso meu abraçar e cuidar especialmente da segurança pública do Estado. Sei que é um trabalho árduo e difícil, mas temos esse grande desafio de enfrentarmos a questão da violência e garantir mais tranquilidade para o povo cearense”. O programa faz parte da elaboração do Plano de Governo pautado pelo diálogo com diversos segmentos da sociedade antes mesmo da posse de Camilo Santana. Um dos grandes momentos dessa construção em conjunto foi o Seminário de Validação e Consolidação das Propostas do Plano de Governo, realizado entre 2 e 4 de dezembro do ano passado. Na ocasião, 1.300 cidadãos debateram temas importantes para a gestão, validando e sintetizando propostas do documento preliminar; apontando ações para o primeiro ano e sugerindo as que compõem o Plano Plurianual. Construção Para o deputado estadual, Doutor Santana (PT), o programa é momento de chamar a população e as autoridades para contribuir na construção de uma sociedade pacífica. “Quem acha que violência só se combate com policiamento ostensivo está errado. É preciso saber suas causas e estudá-las, reeducando a sociedade”, disse, acrescentando que o foco do Governo são os pontos mais críticos da questão. Social Já Ely Aguiar (PSDC) chamou atenção para os pontos básicos que o Governador pretende incrementar para reduzir os índices de criminalidade, que, segundo ele, não podem ser fixados somente na questão dos homicídios, citando os casos de pistolagem e “contra pessoas de bem”. “É preciso investimento na área social. Temos uma periferia abandonada. No Bom Jardim, não existe delegacia. Lá, é instalada numa casa improvisada. Para fazer um Ceará Pacífico, é preciso de algumas ações que ainda não temos. Espero que não seja igual ao território da Paz e fique só na nomenclatura”, disse. O parlamentar disse que aguarda com “expectativa” o desenvolvimento do programa e acompanhará as ações do Governo. Bastidores Durante a solenidade, o governador Camilo Santana assinará Termo de Adesão e o Termo de Compromisso Social, para instalação do primeiro território de atuação do Pacto por um Ceará Pacífico: o bairro Vicente Pizón, em Fortaleza. Além do Executivo estadual, fazem parte do grupo o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, o Ministério Público, a Assembleia Legislativa, prefeitos e autoridades municipais, sociedade civil organizada e iniciativa privada. As entidades terão papel fundamental na “internalização” do planejamento participativo e no fortalecimento da cultura intersetorial. Também será assinado o Acordo de Terras dos Índios Tapeba de Caucaia, que trata de 2.780 hectares de área negociada entre a Funai e o Ministério da Justiça, além da assinatura da Portaria Declaratória da Terra Indígena Tremembé da Barra do Mundaú, em Itapipoca, também pelo MJ. Serão empossados, ainda, 300 conselheiros integrantes dos Conselhos Comunitários de Defesa Social.