Ely Aguiar criticou a possibilidade de acabar com as coligações nas eleições proporcionais (vereador, deputado estadual e federal), mantendo-as nas majoritárias (prefeito, governador e presidente). De acordo com o parlamentar, a medida foi proposta pelo ex-senador José Sarney e já foi aprovada em primeiro turno no Senado Federal.
Na avaliação do parlamentar, essa é uma tentativa de exterminar os partidos pequenos, colocando sobre eles a culpa pelos escândalos políticos. “Quem são os integrantes do mensalão? São de partidos pequenos ou dos grandes?”, questionou. O parlamentar também informou que o DEM foi apontado, em uma recente pesquisa, como o partido mais corrupto em 2009, seguido pelo PMDB e pelo PT. Citando a Operação Lava Jato, Ely Aguiar lembrou que os citados nas denúncias incluem a ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney e os senadores Edison Lobão (PMDB/MA), Fernando Collor (PTB/AL) e Renan Calheiros (PMDB/AL), entre outros.
Na avaliação do parlamentar, o grande número de partidos existentes é responsabilidade dos políticos que permitiram a proliferação das siglas. “Hoje são mais de 30 legendas, a maioria delas sem participação popular. O povo fica do outro lado do rio”, comentou.
Ely Aguiar também se manifestou contrário ao fim do financiamento privado das campanhas. “Tenho as minhas dúvidas quanto ao financiamento público. Ele vai tirar do bolso do contribuinte os recursos para pagar as campanhas políticas. O dinheiro será liberado para os partidos. E quem garante que as empresas não vão passar dinheiro, de uma forma ou de outra, para os candidatos de seus interesses?”, argumentou.
Em aparte, o deputado Renato Roseno (Psol) defendeu a participação da sociedade nas discussões sobre reforma política. Ele informou que nesta sexta-feira (13/03), a partir das 15 horas, a Assembleia vai receber o juiz eleitoral Marlon Reis, autor da lei Ficha Limpa e integrante do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral. No evento, serão discutidas as propostas para a reforma política e eleitoral. Renato Roseno lembrou que são necessárias 1,5 milhão de assinaturas para que projeto de iniciativa popular sobre o tema comece a tramitar no Congresso.
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