O deputado Lula Morais (PCdoB) que buscou se reeleger no último pleito sem sucesso, afirmou ao jornal O Estado que a política brasileira “está putrefata” e não disputará uma nova eleição enquanto não houver uma reforma política. De acordo o parlamentar, que entrega o cargo no dia 1º de fevereiro, é “vítima” do processo político em que, para eleger-se, é necessário render-se ao financiamento de campanha. “Eu não desejo disputar eleição mais em função da forma de como hoje está organizado o processo político eleitoral brasileiro, no qual eu considero estar putrefato. Eu me considero vítima desse modelo que privilegia o dinheiro em vez das ideias, com base no financiamento das empresas que termina desviando, distorcendo o pensamento das pessoas”, desabafou. O parlamentar, que sempre esteve envolvido com as causas sociais, continuará na militância do PCdoB e frisa que continuará a fazer política na busca do desenvolvimento do Brasil, do Ceará e do reforço da participação popular. “Eu sempre fui militante político do PCdoB, desde jovem. [...] Então, não me sinto mais à vontade para disputar nessa maneira que está”, reforçou. DILMA Despedindo-se do parlamento, Lula Morais avalia como positivo o mandato da presidente Dilma, bem como a gestão do ex-governador do Ceará, Cid Gomes (Pros). “A reeleição da presidente Dilma foi importante para o Brasil continuar o projeto de redução de desigualdade, de busca de distribuição de renda e garantia de emprego e desenvolvimento”, disse, frisando ainda que: “como também o final do governo Cid, que teve uma quadra em que o Ceará cresceu e ampliou o serviço do Estado”, avaliou. Morais disse ainda esperar que o novo governador do Estado, Camilo Santana (PT), continue a filosofia de política pública de Cid, onde se lutou por melhorias no atendimento da saúde, segurança pública, qualidade da educação e emprego. Lula Morais foi eleito vereador por dois mandatos consecutivos: nas eleições de 2000, com 5.356 votos, e em 2004, com 5. 679 votos. Foi candidato, nas eleições de 2002 a deputado federal, ficando na 2ª suplência. Já em 2006, foi candidato a deputado estadual, ficando na 1ª suplência com 19.396 votos.