O parlamentar citou casos que vêm ocorrendo nos últimos dias, destacando o assassinato, na quarta-feira (19/03), de um acadêmico de Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC), de 19 anos, abordado pelos assaltantes ao parar em um semáforo, na rua Professor Eribaldo Costa, no bairro Henrique Jorge. O deputado mencionou ainda a invasão, na quinta-feira (20/03), de bandidos ao Lar Torres de Melo, tradicional abrigo de idosos de Fortaleza, no bairro Jacarecanga. De acordo com Ely Aguiar, o valor levado era do pagamento da aposentadoria dos idosos do Lar.
“A situação é de desespero. É de calamidade pública em termos de segurança”, avaliou, relatando a realização, na semana passada, de uma blitz de bandidos na avenida Antônio Sales. “Eles paravam o carro e subtraíam os pertences das pessoas”, narrou.
Ely Aguiar criticou ainda a falta de valorização do efetivo policial, com os baixos salários. “Um salário de fome”, definiu. O parlamentar destacou que a condição salarial de delegados muito melhorou, “mas a do agente e escrivão ficou a ver navios”.
O deputado disse que apresentou na Casa projetos relacionados à segurança e que enfrentam dificuldade para serem acatados pelo Governo do Estado. Um dos projetos propõe criar um novo batalhão. “O que vemos é porteira aberta”, exemplificou.
“Não podemos calar diante da calamidade pública. Fortaleza é a sétima cidade mais violenta do mundo. É adolescente a serviço do crime organizado e ninguém tem coragem de mexer na maioridade penal. Não aceitamos mais isso”, afirmou. Segundo o deputado, a situação do menor é diferente em países como os Estados Unidos, França e Cuba.
Ely Aguiar defende que o Governo do Estado peça ajuda das Forças Armadas no policiamento, uma vez que foram disponibilizadas tropas federais para fazer reforço policial ao redor dos estádios durante a Copa. “O Governo do Estado poderia mandar oficio pedindo 500 soldados”, assinalou.
Em aparte, o deputado Carlomano Marques (PMDB) disse que “a questão da redução da maioridade penal está sempre por trás da porta porque ninguém tem coragem de dizer o que deve ser feito”. Para o parlamentar, crimes como o que levou à morte do estudante de Direito deveriam ter uma legislação dura. “Enquanto o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) vigorar, estaremos nas mãos dos bandidos”, acrescentou.
O deputado Manoel Duca (Pros) afirmou que hoje a saúde e a segurança são os vetores que mais preocupam a sociedade. Mesmo reconhecendo a dedicação do secretário de Segurança Pública do Ceará, Servilho Paiva, na tentativa de diminuir a criminalidade, ressaltou a falta de “meios” para solucionar o problema. O deputado Fernando Hugo (SDD) apoiou o discurso, defendendo que os menores sejam punidos por práticas criminosas. Para ele, “bandido menor tem que ser tratado como bandido maior”.
LS/AT