A maioria das vítimas são jovens de 15 a 29 anos. Cinquenta e um por cento dos assassinados este ano são dessa faixa etária. São 381 vítimas do sexo masculino e 19 do sexo feminino. Os homens constituem, ao todo, 93% das vítimas. Mais de 80% dos crimes foram cometidos por armas de fogo, segundo a deputada.
Eliane observou que, segundo dados do Mapa da Violência 2013, do Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos e Flacso Brasil, apresentado ano passado, nos últimos 30 anos cerca de 800 mil pessoas morreram vítimas de disparos de alguma arma de fogo no País. “Entre essas vítimas, 450.235 eram jovens com idades entre 15 e 29 anos. Ainda de acordo com o Mapa da Violência 2013, no ano passado houve 2.754 homicídios na Região Metropolitana de Fortaleza, sendo 1.998 na Capital e mais da metade destes, jovens entre 15 e 24 anos. Dos jovens assassinados, mais de 90% são do sexo masculino e mais de 70% deles, negros”.
A deputada frisou que hoje existe um extermínio da juventude no Brasil como um todo, especialmente da juventude negra que vive nas periferias das cidades brasileiras. “Não é possível debater o problema complexo da violência sem considerar que se trata de uma questão que atravessa a sociedade de forma desigual. Se nos bairros nobres o temor é grande (porque a onda de violência se encontra muito disseminada em nosso Estado), nas periferias os homicídios atingem a juventude muito mais fortemente”, pontuou.
A deputada disse que, no ano passado, a Comissão de Direitos Humanos e Cidadania debateu o extermínio da juventude pobre e negra no Grande Bom Jardim, um dos bairros mais violentos da nossa Capital. “Lá, de 2007 a 2012, 500 jovens, com idade entre 15 e 29 anos, foram assassinados”, disse.
Para Eliane, os dados derrubam a visão distorcida de que são os jovens os grandes causadores da violência em nosso País. “Na verdade, os jovens, especialmente negros, são as grandes vítimas da violência, da criminalidade, das drogas, do desemprego e das desigualdades sociais que atingem fortemente nosso País”,enfatizou.
Ela afirmou ainda que se preocupa como silêncio e a ausência do Estado. “No Ceará, os jovens não são reconhecidos por este Governo como sujeitos de direitos; não são chamados pelo Estado para debater de forma participativa as políticas públicas voltadas para esse segmento populacional”, disse.
Em aparte, o deputado Roberto Mesquita (PV) disse que é a ausência do Estado que colabora com o crescimento da violência. A deputada Fernanda Pessoa (PR) disse as drogas estão chegando através dos portos e rodovias e defendeu mais fiscalização. O deputado Augustinho Moreira (PV), vice-líder do Governo, disse que a Polícia Civil realizou recentemente uma operação que prendeu 25 traficantes. “Nós vamos sair dessa situação de cidade violenta, para cidade acolhedora”.
JS/CG