Mesquita explicou que, ao longo dos anos, os parlamentares tiveram dificuldades de estar frente a frente com os secretários para ouvir sobre suas realizações. Eles também receberam de forma livre as opiniões dos deputados. “Foi um grande avanço. Podemos até criticar a ordem das presenças. Essa política de o Governo mostrar a cara é um sinal de respeito a todos os deputados”, assinalou.
O deputado frisou que os secretários destacam suas ações nas pastas, como representantes do governador. “Não somos da base do governo e temos a liberdade de fazer a inquirição que quisermos”, disse o parlamentar. Mesquita lembrou que essas audiências antecedem as manifestações da rua, cronologicamente, demonstrando que o Governo resolveu vir à Assembleia livremente, não respondendo à pressão popular.
“Todos os secretários que aqui vieram se conduziram de forma respeitosa, não se furtaram de ouvir qualquer parlamentar. Não houve, por parte das bancadas de situação e oposição, o esvaziamento da Casa. Foram explicadas políticas que julgo equivocadas e tive a oportunidade de me manifestar de acordo com a minha consciência. É uma iniciativa que deve ser parabenizada”, disse. O deputado discordou de matéria publicada no jornal Diário do Nordeste, que teria noticiado sobre o esvaziamento das reuniões.
Em aparte, o deputado Heitor Férrer (PDT) considerou que os secretários não vêm para atender o chamamento dos parlamentares. Ao mesmo tempo, negam presença quando são chamados para audiências públicas. “Quando vem alguém é um representante. Uma vez veio o assessor de imprensa, o que considero um desrespeito”, assinalou.
Heitor Férrer lembrou que já apresentou requerimento convidando o secretário de Segurança Pública, porém, a Assembleia rejeitou a sua iniciativa. “Os secretários só vêm fazer a propaganda do Governo. Usam o espaço para dizer o que querem publicizar”, frisou.
O deputado José Sarto (PSB), líder do Governo na Assembleia, disse que alguns secretários já vieram participar de audiências públicas. Entre esses, apontou Eduardo Diogo, Mauro Filho, Izolda Cela, Ferrúcio Feitosa, Arruda Bastos, Adail Fontenele e Paulo Lustosa. “A disposição vetorial majoritária desse governo é a transparência”, disse. Ele destacou, contudo, “que a formatação desse projeto precisa ser melhorada, porque os secretários tomam muito tempo e os deputados não permanecem no plenário para oferecer críticas e sugestões”.
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