Segundo ela, cerca de 50 pessoas acabaram feridas e outras três presas, após confrontos entre manifestantes e a Polícia Militar, no entorno do Castelão. “Cabe a nós buscar compreender esses movimentos e essa nova forma independente e livre de se organizar”, disse, defendendo a legitimidade das mobilizações.
Eliane Novais também lamentou a declaração do comandante da Polícia Militar do Ceará, coronel Werisleik Matias, que disse ter sido “positiva” a operação da polícia no entorno do Castelão, na tarde de ontem; que a tropa “agiu dentro da legalidade” e a Polícia Militar está preparada para agir em situações de conflito. “Quando uma manifestação resulta em 50 pessoas feridas, não se pode dizer que houve uma ação positiva. Essa não é a verdade dos fatos”, contestou.
A parlamentar comunicou que está dando entrada em uma proposição visando à criação, dentro da Polícia Militar, de um destacamento específico com habilidades e capacitações apropriadas para abordagem em movimentos de protesto. “A ideia é que esse destacamento ocupe a linha de frente nos casos de conflitos, contribuindo para que a tolerância, e não os excessos, seja uma conduta constante na interação Estado e sociedade civil”, assinalou, lembrando que esta já foi proposta pelo advogado Marcelo Uchôa, quando ocupava a coordenadoria de Direitos Humanos do Governo do Estado, logo após o episódio com os professores em 2011.
Em aparte, o deputado Ferreira Aragão (PDT) se disse um defensor das manifestações, mas repudiou a ação de vândalos dentro do movimento. “Tem gente boa, mas tem bandido, que enfraquece o movimento”, destacou.
O deputado Antonio Carlos (PT) parabenizou o pronunciamento da deputada, ressaltando os danos provocados (psicológicos e físicos) pelas armas utilizadas pela polícia. Na avaliação dele, há necessidade de se estudar proposta para que este tipo de arma não seja utilizado.
O deputado Lula Morais (PCdoB) destacou a legitimidade dos protestos e defendeu que “temos que saber fazer a leitura desses episódios, porque faz o Brasil mudar de rumo”. “Os governos têm que saber interpretar e dar a resposta”, acrescentou.
O líder do Governo, deputado José Sarto (PSB), disse que 99,9% de quem participou estava bem intencionado, mas condenou movimentos “que agem de forma violenta e desproporcional”. LS/AT