Outra questão do discurso de Dilma apontada pelo deputado foi com relação às dívidas dos agricultores na compra de sementes, com pagamento prorrogado por 10 anos. Para ele, a dívida do pequeno agricultor deveria ser dispensada, uma vez que os trabalhadores rurais não estão tendo produção nenhuma. “Quantas vezes os grandes ruralistas neste País tiveram suas dívidas perdoadas? E nós estamos vivenciando a pior seca dos últimos 50 anos”, ponderou.
Ele estendeu sua preocupação ao médio agricultor, “quem mais perdeu” com a estiagem e, por isso, deveria merecer maior atenção por parte do Governo Federal. “O médio agricultor, que tinha 20 cabeças de gado, agora tem cinco. Vendeu 50 cabeças a preço de banana e o que restou não se sabe se sobrevive até o final do ano”, assinalou. O parlamentar defendeu a necessidade de empréstimos para recuperar a economia rural.
De acordo com o deputado, o Ceará solicitou da Companhia Nacional de Abastencimento 456 mil toneladas de milho, em torno de 38 mil toneladas por mês, mas apenas 18,8 mil toneladas chegaram. Cidades como Crateús e Tauá deveriam receber três mil toneladas, mas não receberam.
O deputado falou ainda sobre a omissão em relação à prioridade da transposição do rio São Francisco.
Em aparte, o deputado João Jaime (PSDB) endossou as críticas às propostas de Dilma, principalmente quanto às máquinas já previstas no PAC. Para ele, a ampliação em 30% na operação carro-pipa “não é nada”.
Na mesma linha, o deputado Fernando Hugo (PSDB) disse que a presidente “prometeu mundos e fundos, mas tudo estava previsto”. O deputado Antonio Granja (PSB) observou que as medidas foram importantes, mas longe de resolver o problema da seca. “Precisamos de água e isso só se resolve com perfuratrizes ou adutoras.”
LS/AT