Roberto Mesquita pede ao governador eleito investir na compra de equipamentos para dessalinizar a água de alguns poços
FOTO: ÉRIKA FONSECA
Com o objetivo de alertar as autoridades e o futuro governador Camilo Santana (PT) para os efeitos da seca que poderá continuar no próximo ano, o deputado Roberto Mesquita (PV) subiu à tribuna da Assembleia Legislativa, na manhã de ontem, para pedir que o Estado se antecipe e esteja preparado para enfrentar mais uma estiagem. Para Mesquita, o Governo deverá investir mais na perfuração de poços e na aquisição de dessalinizadores.
O parlamentar parabenizou o Governo por ter assumido uma política de perfuração de poços, chegando a média de 85 perfurações por mês, mas ponderou que a água encontrada nos poços profundos é salobra, em razão de grande parte do Estado estar em solo cristalino. "Nós pedimos que o Governo se antecipe com a compra de dessalinizadores para tratar essa água para a população", destacou Mesquita.
Caso haja mais um período de estiagem no próximo ano, o deputado alertou que a vazão dos poços também diminuirá, devido a falta de chuvas para repor a água dos lençóis freáticos. "Se tivermos um novo ano de estiagem, aí é que vai ser necessário que tenhamos mais dessalinizadores. Com as estações móveis (de dessalinização), trata-se até dois mil litros de água por dia, o que dá para atender algumas famílias, pelo menos no que se refere à água para beber", apontou.
Tecnologia
Após reconhecer que a política de perfuração assumida pelo Estado é adequada e merece elogios, Mesquita afirmou que o Estado precisa dar o próximo passo para oferecer uma água de melhor qualidade aos cidadãos cearenses. "Já existe a tecnologia para dessalinizar a água, e o Estado do Ceará, que tem recursos, não pode ser omisso. Peço que o governador eleito leve essa questão para a sua equipe de transição, para que aumente o número de dessalinizadores, de estações móveis".
Em referência à publicação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre a questão, o deputado afirmou que foi detectado que os pequenos sistemas de abastecimento de água implantados pelo Governo no Interior não estão atendendo a critérios técnicos e estariam sendo implantados apenas para agradar aliados. Para ele, é necessário um redirecionamento dessa política para que as comunidades atendidas não fiquem reféns das lideranças políticas e receba a ajuda que está reclamando.