Com difícil missão de contemplar 18 partidos da coligação que o elegeu, Camilo Santana (PT) iniciou ontem ciclo de reuniões com presidentes de legendas aliadas. Foram nove encontros com lideranças partidárias. Segundo dirigentes ouvidos pelo O POVO, o petista pediu “expectativas” sobre participação das legendas no governo e “nomes em potencial” para indicações. LEIA TAMBÉMGovernador eleito afirma que nova CPMF poderá ter uma alíquota menorPrograma de governo final deve ser entregue o fim de dezembroCom o anúncio de seu secretariado marcado para entre os dias 10 e 15 deste mês, Camilo deve ter intensa agenda com partidos aliados até lá. Mesmo com discurso de que não possui “qualquer compromisso com ninguém” na formação de seu secretariado, o petista vem dizendo que irá “ouvir os partidos” antes de definir sua equipe. “Foi uma conversa para sentir o clima dos partidos. Foi boa, tentando ver expectativas dos partidos com relação à formação do governo, indicações de nomes em potencial. Mas nada definitivo”, diz o presidente do PSD no Ceará, Almircy Pinto. Para os próximos dias, são esperadas novas reuniões com lideranças. Mais discreto quando o assunto é cargos, o presidente do partido de Camilo, De Assis Diniz (PT), afirma que a reunião não chegou “aos detalhes” de indicações. “Foi só uma conversa preliminar, onde vamos sentir o desejo dos partidos, ver onde é a área de atuação. Só depois, veremos possíveis nomes”. Sobre perfil das indicações, De Assis disse que serão priorizados perfis com “capacidade técnica e condições de responder aos desafios”. Ele acrescenta que “perfil ideal” seria técnico-político. Demandas Atualmente com indicação de Eduardo Diogo na Secretaria de Planejamento (Seplag), o PSD planeja ter novamente presença no 1º escalão. Como os dois primeiros suplentes de deputados estaduais da coligação governista também são da sigla, a expectativa é de que ambos venham a tomar posse na Assembleia. Já o presidente do PDT no Ceará, André Figueiredo, afirma que o partido discutirá internamente a questão. Ele adianta, no entanto, que a ideia é manter posições atualmente ocupadas pelo partido, que tem Josbertini Clementino na Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social. “É área que já temos trabalho tanto nacional quanto estadual”. Em entrevista coletiva, Camilo evitou falar de cargos e destacou “diálogo” com aliados. “Comecei a chamar os partidos, porque assumi esse compromisso. Estou chamando cada partido que fez parte da base aliada da eleição, para conversarmos, ouvir as sugestões”. Também foram ouvidos Ronaldo Martins (PRB), Marcelo Silva (PV), Tin Gomes (PHS), José do Carmo (PSL), André Ramos (PPL) e Samuel Braga (PEN). As reuniões seguem hoje.